As autoridades sírias responsabilizaram "grupos terroristas armados", apoiados por partes estrangeiras, pela autoria do duplo atentado (©AFP / Ho)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2012 às 20h18.
Nações Unidas - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e os membros do Conselho de Segurança condenaram "energicamente" os "atrozes atentados" perpetrados na Síria, que mataram pelo menos 55 pessoas, e demonstraram de novo seu respaldo ao plano de paz idealizado por Kofi Annan.
"Os membros do Conselho de Segurança condenam nos termos mais enérgicos os ataques terroristas ocorridos em Damasco e que causaram numerosos mortos e feridos", assegurou perante a imprensa nesta quinta-feira o presidente rotativo do principal órgão de decisão da ONU, o embaixador azerbaijano Agshin Mehdiyev.
Mehdiyev leu um comunicado estipulado por unanimidade no Conselho de Segurança, no qual qualifica de "atrozes" os ataques e pede "a todas as partes que cumpram imediatamente a totalidade dos pontos do plano de paz do enviado especial à Síria (Kofi Annan)".
"Pedimos particularmente a cessação da violência armada em todas suas formas", assegurou o presidente do Conselho, acrescentando que os 15 membros reafirmam mais uma vez seu "apoio total" aos esforços da Missão de Supervisão da ONU na Síria (NSMIS) e do próprio Annan para solucionar a crise no país árabe.
Perguntado sobre se o Conselho contempla outras vias em caso de falha do plano de Annan perante o aumento da ameaça terrorista e do descumprimento dos pontos estipulados pelas partes, Mehdiyev defendeu a validade do plano e disse esperar que funcione, já que, por enquanto, não vê "nenhuma alternativa" ao mesmo.
O embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, informou também ao Conselho de Segurança que a cidade de Aleppo foi palco de um atentado terrorista simultâneo aos perpetrados em Damasco, que causou "vítimas civis e enormes danos em propriedades privadas".
Jafari assinalou que os ataques terroristas na Síria levam o selo dos responsáveis pelos atentados que viveram na última década codades como "Nova York, Madri e Londres", em clara referência à rede terrorista Al Qaeda, e acusou países como a Arábia Saudita e o Catar de prestar apoio aos terroristas.
Horas antes, Ban Ki-moon também reiterou seu "urgente pedido a todas as partes para que cumpram completamente com suas obrigações para cessar a violência armada em todas suas formas e proteger os civis, e para que tomem distância dos atentados indiscriminados e outros atos terroristas", segundo indicou seu porta-voz, Martin Nesirky.
Ban assinalou que é primordial que se garanta o acesso humanitário às áreas mais afetadas da nação e que se inicie um processo político dirigido pelos sírios e que conduza "a um sistema político plural e democrático".
Pelo menos 55 pessoas morreram nesta quinta-feira e 372 ficaram feridas pela explosão consecutiva de dois carros-bomba na periferia de Damasco, segundo as autoridades sírias, que disseram ter recolhido, além disso, 15 bolsas com restos humanos não identificados, e por isso o número de vítimas poderia aumentar.
O governo sírio detalhou que os dois veículos, que levavam mais de mil quilos de material explosivo, eram conduzidos por terroristas suicidas.
As autoridades sírias responsabilizaram "grupos terroristas armados", apoiados por partes estrangeiras, pela autoria do duplo atentado.