Tortura: uma delegação da ONU para a prevenção da tortura suspendeu sua visita à Ucrânia, depois que o acesso aos locais de detenção foi negado (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2016 às 14h01.
As Nações Unidas acusaram nesta sexta-feira as autoridades ucranianas e os rebeldes pró-Rússia de torturar seus prisioneiros no leste separatista do país, que sofre com um conflito armado há mais de dois anos.
"Desaparecimentos forçados, detenções arbitrárias, tortura e maus-tratos continuam sendo práticas comuns nos territórios controlados pelo governo", denunciou o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OACNUDH) em um relatório publicado nesta sexta-feira.
Uma delegação da ONU para a prevenção da tortura suspendeu em maio sua visita à Ucrânia, depois que o acesso aos locais de detenção nos territórios controlados pelo governo ucraniano foi negado.
As autoridades das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk (leste) são acusadas de violar os direitos de aproximadamente 2,7 milhões de pessoas que vivem nos territórios sob seu controle.
O relatório coloca em evidência principalmente muitos casos de violência sexual nas zonas controladas pelos rebeldes e naquelas sob o controle do governo.
Assim, um homem detido pelos rebeldes em Donetsk contou à delegação da ONU ter cedido sua casa ante uma ameaça de ver sua mulher e sua filha estupradas por combatentes diante de seus olhos.
"É claro, disse a eles que podiam pegar tudo o que quisessem, desde que não prejudicassem minhas meninas", revelou.