Pascal Lamy, diretor-geral da OMC (Andreas Rentz/GETTY IMAGES)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2010 às 10h21.
Berlim - As tentativas internacionais de manipular as taxas de câmbio são uma preocupação, mas o mundo não entrou em uma guerra cambial,disse neste sábado o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, em entrevista a um jornal.
Na entrevista divulgada um dia antes de sua publicação oficial, Lamy foi perguntado pelo jornal semanal alemão Welt am Sonntag se não havia risco de uma guerra cambial.
"Eu não chamaria de uma guerra, mas de tensões e atritos. As intervenções descoordenadas nas taxas de câmbio me preocupam", disse ele, acrescentando que ele e outros políticos seniores estavam preocupados que as disputas recentes podem levar a movimentos protecionistas.
Temores de que desvalorizações cambiais possam provocar guerras comerciais levaram o grupo das 20 principais economias do mundo (G20) a concordar que não concorreriam para reduzir o valor das suas taxas de câmbio em uma reunião na Coreia do Sul no início deste mês.
Lamy acrescentou que não havia nenhuma dúvida de que o iuan chinês esta desvalorizado, mas observou que "não estava claro se uma apreciação do iuan automaticamente criaria mais empregos na América".
A Alemanha, maior exportador da Europa, discutiu recentemente sobre política de comércio com os Estados Unidos, que tentaram fazer passar a proposta na reunião do G20 para limitar os desequilíbrios em conta corrente a 4 por cento do produto interno bruto.
Questionado pelo jornal se achava que a Alemanha estava exportando muito, Lamy disse que, como diretor-geral da OMC, não poderia criticá-lo por ser bem sucedido ao negociar com êxito, acrescentando que o país serve de exemplo para os demais.