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"O patriotismo é exatamente o oposto ao nacionalismo", diz Macron

O nacionalismo o trai", afirmou Macron em discurso diante de cerca de 70 chefes Estado e de Governo

Emmanuel Macron, presidente da França, em homenagem aos mortos na Primeira Guerra Mundial (Benoit Tessier/Pool/Reuters)
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EFE

Publicado em 11 de novembro de 2018 às 11h54.

Paris, 11 nov (EFE).- O presidente da França, Emmanuel Macron , considerou neste domingo que a defesa do multilateralismo é uma das lições da Primeira Guerra Mundial e contrapôs as virtudes do patriotismo ao nacionalismo.

"O patriotismo é exatamente o oposto ao nacionalismo. O nacionalismo o trai", afirmou Macron em discurso diante de cerca de 70 chefes Estado e de Governo durante a cerimônia de comemoração do centenário do armistício da Primeira Guerra Mundial no Arco do Triunfo de Paris.

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Macron celebrou o patriotismo dos que combateram nessa disputa, por trás da qual havia uma "visão da França como nação generosa, portadora de valores universais" e disse que foram "esses valores os que faziam sua força, porque seus corações os guiavam".

"A lição da Grande Guerra - argumentou - não pode ser o rancor de um povo contra outro, nem o esquecimento do passado", mas as tentativas que houve depois de 1918 para construir a paz com "as primeiras cooperações internacionais".

Por isso, Macron apostou por "um mundo no qual haja amizade entre os povos e no qual as instâncias e os fóruns permitam aos inimigos de ontem estabelecer diálogos".

"Isso se chama no nosso continente a amizade criada entre a Alemanha e a França (...). Isso se chama a União Europeia, uma união livremente consentida nunca vista na história, que nos livra de guerras civis. Isso se chama Organização das Nações Unidas, fiadora de um espírito de cooperação para defender os bens comuns de um mundo cujo destino está indissoluvelmente unido".

Macron fez notar que ao final da Primeira Guerra Mundial, a construção de todas essas instituições multilaterais foi varrida. "A humilhação, o espírito de revanche, a crise econômica e moral, alimentaram a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo".

E advertiu que atualmente voltam a aparecer "os antigos demônios" e que "a história ameaça retomar o seu passado trágico".

Portanto, lembrou aos dirigentes que o escutavam a "imensa responsabilidade" que têm para evitar tais fatos.

"Juntos podemos evitar essas ameaças que são o espectro da mudança climática, da pobreza, da fome, da doença, das desigualdades e da ignorância. Iniciamos esta luta e podemos vencer. Continuemos porque a vitória é possível", disse.

O presidente francês terminou o discurso com um "viva a paz e a amizade entre os povos!" e um "viva a França!". EFE

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