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Notas de dólar são a nova batalha feminista nos EUA

Organização feminista "Women on 20's" quer convencer o presidente Barack Obama de que "chegou a hora de pôr o rosto de uma mulher no papel-moeda" do país.

Notas de 20 dólares (Mark Wilson/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2015 às 16h54.

Washington - Nem com lupa há maneira de encontrar uma mulher nas efígies que dominam as notas de dólar dos Estados Unidos , onde foi declarada uma batalha feminista para acabar com essa desigualdade de gênero tão pecuniária.

As sete cédulas correntes no país mostram em seu anverso os presidentes George Washington (US$ 1), Thomas Jefferson (US$ 2), Abraham Lincoln (US$ 5), Andrew Jackson (US$ 20) e Ulysses S. Grant (US$ 50), o primeiro- secretário do Tesouro, Alexander Hamilton (US$ 10) e um dos pais fundadores dos EUA, Benjamin Franklin (US$ 100).

No entanto, nenhuma das grandes mulheres que também fazem parte da história dos Estados Unidos reúne, aos olhos do Departamento do Tesouro, méritos suficientes para ter sua imagem eternizada nas notas de dólar.

Contra a ofensa comparativa dos dólares, a empresária nova-iorquina Barbara Ortiz fundou em 2014 a organização feminista "Women on 20's" ("Mulheres na de US$ 20"), para convencer o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de que "chegou a hora de pôr o rosto de uma mulher no papel-moeda" do país.

Com poucos recursos, mas muito entusiasmo, a organização lançou este ano uma campanha na internet para escolher uma mulher que substitua Andrew Jackson na nota de US$ 20, que precisa de redesenho, um requisito técnico para combater as falsificações.

A "Women on 20's" acredita também que Jackson, sétimo presidente dos Estados Unidos, deve sair do "twenty", denominação popular da nota, porque assinou a lei de 1830 que provocou a morte de milhares de nativos americanos na expansão forçada para o país, em uma traumática odisseia conhecida como "A trilha de lágrimas".

Também não favorece Jackson - fundador do Partido Democrata - a contradição entre sua presença no "twenty", onde aparece em um retrato desde 1928, e sua veemente oposição à circulação do papel-moeda.

Com o objetivo de substituir Andrew Jackson, a "Women on 20's" propõe escolher uma das quatro mulheres pré-selecionadas, de modo a alcançar os 100 mil apoios necessários, pelo menos, para formular um pedido popular à Casa Branca.

As candidatas são Eleanor Roosevelt, esposa do presidente Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) e defensora dos direitos de mulheres, crianças e minorias; Harriet Tubman, ex-escrava e líder abolicionista; Rosa Parks, famosa ativista contra a segregação racial; e Wilma Mankiller, primeira mulher chefe da nação dos índios cherokee.

Mais de meio milhão de pessoas já votou, e tudo aponta que esse número irá aumentar porque a votação termina daqui a uma semana, em 10 de maio, Dia da Mães, lembrou Ortiz.

"Muitos homens estão votando também", disse a organização liderada pela empresária nova-iorquina, que não acredita que a histórica ausência de mulheres nas cédulas americanas represente um caso de "machismo deliberado".

Porém, ressaltou a ativista, se trata de um "erro de omissão que, mesmo assim, deve ser corrigido".

A iniciativa já conta com o apoio de famosos como as atrizes Susan Sarandon e Padma Lakshmi, o ator Alan Cummings, Chelsea Clinton (filha do ex-presidente Bill Clinton) e Melinda Gates, esposa do fundador da Microsoft, Bill Gates.

A campanha também chegou este mês ao Congresso dos EUA, onde os legisladores Jeanne Shaheen e Luis Gutiérrez apresentaram projetos de lei para que o Tesouro convoque um "painel de cidadãos" que analise a idoneidade de um "twenty" feminino.

Essa nota enviaria uma "poderosa mensagem para minhas filhas, às mulheres jovens do país e às pessoas de todo o mundo que veem os Estados Unidos como um exemplo de inclusão e igualdade de direitos", afirmou Gutiérrez, representante do estado de Illinois.

Por enquanto, Obama não se pronunciou publicamente sobre a "Women on 20's", mas é provável que simpatize com a campanha, como é possível depreender de sua resposta a uma enternecedora carta enviada em 2014 por Sofia, uma menina de nove anos interessada na igualdade de gênero.

"Querido senhor presidente, escrevo para saber por que não há nenhuma mulher nos dólares dos EUA. Acho que deveria haver uma mulher", propôs a pequena Sofia em uma cartinha escrita à mão, que inclusive apresentava uma lista de candidatas, entre elas a própria esposa do presidente, Michelle Obama.

Em fevereiro Obama respondeu Sofia com outra carta em que destacava a "boa ideia" da menina, de quem disse esperar "grandes coisas" no futuro.

Ao futuro aponta também a "Women on 20's", que espera ver seu sonho se tornar realidade a tempo para celebrar em 2020 os cem anos da aprovação da 19ª Emenda da Constituição dos EUA, que concedeu à mulher o direito ao voto.

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As sete cédulas correntes no país mostram em seu anverso os presidentes George Washington (US$ 1), Thomas Jefferson (US$ 2), Abraham Lincoln (US$ 5), Andrew Jackson (US$ 20) e Ulysses S. Grant (US$ 50), o primeiro- secretário do Tesouro, Alexander Hamilton (US$ 10) e um dos pais fundadores dos EUA, Benjamin Franklin (US$ 100).

No entanto, nenhuma das grandes mulheres que também fazem parte da história dos Estados Unidos reúne, aos olhos do Departamento do Tesouro, méritos suficientes para ter sua imagem eternizada nas notas de dólar.

Contra a ofensa comparativa dos dólares, a empresária nova-iorquina Barbara Ortiz fundou em 2014 a organização feminista "Women on 20's" ("Mulheres na de US$ 20"), para convencer o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de que "chegou a hora de pôr o rosto de uma mulher no papel-moeda" do país.

Com poucos recursos, mas muito entusiasmo, a organização lançou este ano uma campanha na internet para escolher uma mulher que substitua Andrew Jackson na nota de US$ 20, que precisa de redesenho, um requisito técnico para combater as falsificações.

A "Women on 20's" acredita também que Jackson, sétimo presidente dos Estados Unidos, deve sair do "twenty", denominação popular da nota, porque assinou a lei de 1830 que provocou a morte de milhares de nativos americanos na expansão forçada para o país, em uma traumática odisseia conhecida como "A trilha de lágrimas".

Também não favorece Jackson - fundador do Partido Democrata - a contradição entre sua presença no "twenty", onde aparece em um retrato desde 1928, e sua veemente oposição à circulação do papel-moeda.

Com o objetivo de substituir Andrew Jackson, a "Women on 20's" propõe escolher uma das quatro mulheres pré-selecionadas, de modo a alcançar os 100 mil apoios necessários, pelo menos, para formular um pedido popular à Casa Branca.

As candidatas são Eleanor Roosevelt, esposa do presidente Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) e defensora dos direitos de mulheres, crianças e minorias; Harriet Tubman, ex-escrava e líder abolicionista; Rosa Parks, famosa ativista contra a segregação racial; e Wilma Mankiller, primeira mulher chefe da nação dos índios cherokee.

Mais de meio milhão de pessoas já votou, e tudo aponta que esse número irá aumentar porque a votação termina daqui a uma semana, em 10 de maio, Dia da Mães, lembrou Ortiz.

"Muitos homens estão votando também", disse a organização liderada pela empresária nova-iorquina, que não acredita que a histórica ausência de mulheres nas cédulas americanas represente um caso de "machismo deliberado".

Porém, ressaltou a ativista, se trata de um "erro de omissão que, mesmo assim, deve ser corrigido".

A iniciativa já conta com o apoio de famosos como as atrizes Susan Sarandon e Padma Lakshmi, o ator Alan Cummings, Chelsea Clinton (filha do ex-presidente Bill Clinton) e Melinda Gates, esposa do fundador da Microsoft, Bill Gates.

A campanha também chegou este mês ao Congresso dos EUA, onde os legisladores Jeanne Shaheen e Luis Gutiérrez apresentaram projetos de lei para que o Tesouro convoque um "painel de cidadãos" que analise a idoneidade de um "twenty" feminino.

Essa nota enviaria uma "poderosa mensagem para minhas filhas, às mulheres jovens do país e às pessoas de todo o mundo que veem os Estados Unidos como um exemplo de inclusão e igualdade de direitos", afirmou Gutiérrez, representante do estado de Illinois.

Por enquanto, Obama não se pronunciou publicamente sobre a "Women on 20's", mas é provável que simpatize com a campanha, como é possível depreender de sua resposta a uma enternecedora carta enviada em 2014 por Sofia, uma menina de nove anos interessada na igualdade de gênero.

"Querido senhor presidente, escrevo para saber por que não há nenhuma mulher nos dólares dos EUA. Acho que deveria haver uma mulher", propôs a pequena Sofia em uma cartinha escrita à mão, que inclusive apresentava uma lista de candidatas, entre elas a própria esposa do presidente, Michelle Obama.

Em fevereiro Obama respondeu Sofia com outra carta em que destacava a "boa ideia" da menina, de quem disse esperar "grandes coisas" no futuro.

Ao futuro aponta também a "Women on 20's", que espera ver seu sonho se tornar realidade a tempo para celebrar em 2020 os cem anos da aprovação da 19ª Emenda da Constituição dos EUA, que concedeu à mulher o direito ao voto.

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