Mundo

No 24º aniversário de reunificação alemã, Merkel cita lições

Merkel disse que foi a coragem de alemães orientais que ajudou a acabar com a Guerra Fria, e que coragem semelhante é agora necessária em todo o mundo


	Angela Merkel: "os eventos de 1989 e 1990 na Alemanha podem nos ajudar, porque eles simbolizam a vitória da liberdade sobre a opressão"
 (Axel Schmidt/Reuters)

Angela Merkel: "os eventos de 1989 e 1990 na Alemanha podem nos ajudar, porque eles simbolizam a vitória da liberdade sobre a opressão" (Axel Schmidt/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2014 às 12h29.

Berlim - O caminho da Alemanha para a reunificação mostra que as lições aprendidas a partir da luta pacífica do país liberdade podem ser adotadas para resolver muitos dos problemas que a Europa e o mundo enfrentam hoje, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta sexta-feira.

Em uma cerimônia para marcar o 24º aniversário da reunificação alemã, num discurso extraordinariamente pessoal, Merkel disse que foi a coragem de alemães orientais em seu anseio por liberdade que ajudou a acabar com a Guerra Fria - e que coragem semelhante é agora necessária em todo o mundo.

"Todos nós podemos sentir, mais claramente do que em muito tempo, que a liberdade ... a tolerância e os direitos humanos não são sempre evidentes por si mesmos", disse a 1.500 dignitários em Hanover, em uma cerimônia transmitida pela TV para todo o país. "Eles não são evidentes por si só em casa, nem na União Europeia, nem toda a Europa, nem em todo o mundo."

Merkel afirmou que os direitos básicos que ela e seus conterrâneos alemães orientais ganharam com a queda do Muro de Berlim em 1989 e a unificação alemã 11 meses depois, em 3 de outubro de 1990, teve de ser defendida repetidamente em todos os lugares em que eles foram ameaçados.

"Os eventos de 1989 e 1990 na Alemanha podem nos ajudar, porque eles simbolizam a vitória da liberdade sobre a opressão, eles simbolizam o que pode acontecer quando os parceiros cooperam e confiam uns nos outros, simbolizam o que pode acontecer com paciência, e simbolizam que podemos trabalhar para ajudar as coisas mudarem para melhor."

Merkel fez referências diretas à anexação russa da Crimeia e à crise na Ucrânia durante seu discurso, bem como à ameaça representada por militantes do Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Merkel cresceu na Alemanha Oriental comunista e era uma jovem cientista em Berlim Oriental quando o Muro de Berlim caiu.

Ela disse que a revolução pacífica da Alemanha, em 1989, era a prova de que a maré pode eventualmente se transformar pela causa certa. "Tudo é possível. Isso é o que eu e milhões de outros alemães orientais experimentamos em primeira mão", disse ela. "Portanto, não deveríamos ser desencorajados por tudo o que acontece em 2014. Pelo contrário, o dia unificação nos mostra o que é possível." Merkel, que é chanceler desde 2005, alertou a Rússia contra roubar a independência de seus vizinhos, mas em outro momento do discurso ela elogiou a Rússia pelo papel construtivo que desempenhou no apoio ao caminho da Alemanha para a reunificação.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAngela MerkelEuropaGuerrasPaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia renuncia em meio a nova onda de ataques russos

Apoio de Milei a Musk na disputa com o STF causa mal-estar no governo brasileiro

Human Rights Watch denuncia participação de Guarda Nacional da Venezuela em mortes de manifestantes

Starlink decide bloquear o X e novo bombardeio na Ucrânia: o que você precisa saber hoje

Mais na Exame