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Nem o meio ambiente escapa da crise na zona do euro

Segundo relatório da Ernst & Young, a instabilidade na região pode gerar um buraco de US$ 45 bilhões em investimentos climáticos nos próximos cinco anos

O começo do problema: baixa no financimento climático pode fazer com que o sonho da transição para a economia verde fique ainda mais distante (Getty Images)

O começo do problema: baixa no financimento climático pode fazer com que o sonho da transição para a economia verde fique ainda mais distante (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 17 de novembro de 2011 às 16h55.

São Paulo – O agravamento da crise financeira na zona do euro tem efeitos no mundo todo e não poupa nem o meio ambiente. De acordo com um relatório divulgado hoje pela Ernst & Young, a instabilidade na região pode elevar para US$ 45 bilhões o déficit no financiamento de ações climáticas até 2015.

Diante de um cenário de contenção de despesas, só as 10 maiores economias devem deixar de investir US$ 22 bilhões em ações de mitigação e combate às mudanças climáticas como adoção de tecnologias limpas e subsídios para o corte de emissões de gases efeito estufa. A lacuna de financiamentos climáticos deverá ser mais acentuada na Espanha, Reino Unido e França.

O relatório “Durban Dynamics: navegando para o progresso nas mudanças climáticas” (em tradução livre) mostra ainda que a perspectiva de restrição fiscal caminha em paralelo com uma baixa expectativa da comunidade empresarial sobre a possibilidade do surgimento de um novo pacto global para substituir o Protocolo de Kyoto, na COP 17, a próxima conferência da ONU sobre o clima, que começa em Durban, na África do Sul, dia 28 de novembro.

Pessimismo sobre a COP17

Em uma pesquisa mundial feita pela consultoria com mais de 300 líderes empresariais de grandes corporações multinacionais em mais de 50 países, uma esmagadora maioria de 83% acham que um acordo multilateral (e não global) seria mais viável e necessário para combater as alterações climáticas, mas, ao mesmo tempo, apenas 18% dos executivos disseram acreditar que acordos desse tipo aconteçam.

Segundo Juan Costa Climent, líder global para Serviços de Sustentabilidade e Mudança Climática da Ernst & Young, a reunião de Durban se dará em meio a um cenário desafiador. “Os formuladores de políticas se encontrarão na COP17 tendo sobre suas cabeças nuvens carregadas de austeridade fiscal, com enfoque global sobre os interesses nacionais, e um ceticismo generalizado para as perspectivas de garantir um sucessor para o Protocolo de Quioto”, afirma.

Para Climent, a lacuna de financiamento projetada pelo relatório sugere que as incertezas econômicas podem afastar e dificultar a transição para a economia de baixo carbono.

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