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"Não estamos curados do racismo", diz Obama em entrevista

O presidente fez a declaração em entrevista ao comediante Marc Maron, para seu podcast "WTF", referindo-se ao tiroteio em uma igreja de Charleston

Segundo Obama, as sociedades "não apagam totalmente da noite para o dia tudo o que aconteceu 200 ou 300 anos antes" (Jim Watson/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 13h57.

Washington - O presidente de EUA, Barack Obama, afirmou que seu país ainda não superou o racismo, em entrevista divulgada nesta segunda-feira na qual usou a palavra "nigger", um termo com conotações racistas, para falar abertamente dessa realidade.

"Do racismo não estamos curados", sustentou Obama em uma entrevista ao comediante Marc Maron, para seu podcast "WTF", em referência ao tiroteio da semana passada em uma igreja da comunidade negra de Charleston (Carolina do Sul), onde o jovem branco Dylann Roof matou nove pessoas aparentemente por motivos raciais.

"E não é só uma questão de não ser de boa educação dizer 'nigger' em público. Essa não é a medida para ver se o racismo ainda existe ou não. Não é só uma questão de discriminação", acrescentou o presidente na entrevista, gravada na semana passada em Los Angeles (EUA) e divulgada hoje.

Segundo Obama, as sociedades "não apagam totalmente da noite para o dia tudo o que aconteceu 200 ou 300 anos antes".

"O legado da escravidão, as leis de segregação racial e a discriminação em quase todas as instituições de nossas vidas projetam uma longa sombra. Isso continua sendo parte de nosso DNA", argumentou o presidente.

Não é habitual que Obama, o primeiro presidente negro da história de EUA, exponha com tanta franqueza o problema do racismo.

Da mesma forma que em suas declarações públicas após o tiroteio, Obama voltou a insistir na entrevista em que é possível atuar, com medidas de controle de armas "de bom senso", para que tragédias como a de Charleston sejam "menos prováveis".

Roof foi detido horas depois do tiroteio da quarta-feira e responderá a nove acusações de assassinato, o que pode terminar em uma pena de morte, após confessar a autoria do crime, que aparentemente cometeu para iniciar uma "guerra racial".

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"Do racismo não estamos curados", sustentou Obama em uma entrevista ao comediante Marc Maron, para seu podcast "WTF", em referência ao tiroteio da semana passada em uma igreja da comunidade negra de Charleston (Carolina do Sul), onde o jovem branco Dylann Roof matou nove pessoas aparentemente por motivos raciais.

"E não é só uma questão de não ser de boa educação dizer 'nigger' em público. Essa não é a medida para ver se o racismo ainda existe ou não. Não é só uma questão de discriminação", acrescentou o presidente na entrevista, gravada na semana passada em Los Angeles (EUA) e divulgada hoje.

Segundo Obama, as sociedades "não apagam totalmente da noite para o dia tudo o que aconteceu 200 ou 300 anos antes".

"O legado da escravidão, as leis de segregação racial e a discriminação em quase todas as instituições de nossas vidas projetam uma longa sombra. Isso continua sendo parte de nosso DNA", argumentou o presidente.

Não é habitual que Obama, o primeiro presidente negro da história de EUA, exponha com tanta franqueza o problema do racismo.

Da mesma forma que em suas declarações públicas após o tiroteio, Obama voltou a insistir na entrevista em que é possível atuar, com medidas de controle de armas "de bom senso", para que tragédias como a de Charleston sejam "menos prováveis".

Roof foi detido horas depois do tiroteio da quarta-feira e responderá a nove acusações de assassinato, o que pode terminar em uma pena de morte, após confessar a autoria do crime, que aparentemente cometeu para iniciar uma "guerra racial".

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