Missionário Kim Jeong-Wook: Wook leu um comunicado no qual detalhava suas atividades antigovernamentais (AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 13h11.
Seul - Um missionário sul-coreano detido em outubro na Coreia do Norte afirmou nesta quinta-feira, em uma coletiva de imprensa em Pyongyang, que trabalhava para os serviços secretos da Coreia do Sul, durante uma confissão pública à qual os prisioneiros estrangeiros devem se submeter.
O missionário Kim Jeong-Wook leu um comunicado no qual detalhava suas atividades antigovernamentais, segundo pôde ser visto na coletiva de imprensa transmitida pela televisão sul-coreana.
Durante a aparição do missionário, nenhuma pergunta foi formulada.
Os estrangeiros detidos na Coreia do Norte devem frequentemente se submeter a uma confissão pública para poder ser libertados.
"Pensava que o regime atual deveria ser derrotado e agi" sob "a direção dos serviços de inteligência" sul-coreanos, declarou o missionário.
Kim Jeong-Wook, um missionário batista de 50 anos, se ocupava há sete anos dos norte-coreanos que se instalam na China, perto da fronteira com a Coreia do Norte.
O missionário havia viajado à Coreia do Norte para ter informações sobre norte-coreanos expulsos da China.
Pessoas próximas a Kim descartaram a ideia de que seja um espião.
"O trabalho que fazia era puramente humanitário", declarou à AFP Ju Dong-Shik, um de seus amigos.
O governo da Coreia do Sul exigiu que Kim seja libertado rapidamente.
Também nesta quinta-feira, as autoridades australianas indicaram que ainda não tinham notícias sobre o paradeiro e o estado de saúde de John Short, um missionário de 75 anos detido na Coreia do Norte por ter deixado folhetos católicos em um templo budista.
O missionário foi denunciado às autoridades por seu guia norte-coreano, indicou nesta quinta-feira seu companheiro de viagem, de origem chinesa, que retornou a Pequim.
John Short, oriundo de Melbourne e que vive em Hong Kong, foi detido na segunda-feira da semana passada pela polícia em seu hotel de Pyonguang, acusado de ter distribuído literatura religiosa, havia indicado sua esposa, Karen Short.
O Foreign Office australiano afirma não ter podido obter notícias sobre o local da detenção e suas condições atuais.