Mundo

Milícias rivais combatem nas ruas de Tripoli

Combate deixou em chamas um prédio utilizado no passado pelo serviço de inteligência


	Rua de Trípoli, na Líbia: milícias rivais líbias trocaram tiros e dispararam granadas em Tripoli neste domingo
 (Filippo Monteforte/AFP)

Rua de Trípoli, na Líbia: milícias rivais líbias trocaram tiros e dispararam granadas em Tripoli neste domingo (Filippo Monteforte/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2012 às 16h23.

Tripoli - Milícias rivais líbias trocaram tiros e dispararam granadas em Tripoli neste domingo. O combate deixou em chamas um prédio utilizado no passado pelo serviço de inteligência, em um dos piores conflitos na capital líbia desde a queda de Muammar Gaddafi.

Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, e um hospital, no coração da cidade, foi alvejado. Moradores da região buscaram se armar para se defender, já que alegaram que a polícia não atendeu os chamados por ajuda. O Exército chegou mais de 12 horas depois de iniciado conflito.

A violência ilustra o desafio que enfrenta o governo eleito líbio na área de segurança. As milícias conquistaram poder durante o conflito que derrubou Gaddafi há um ano, num país marcado pelo sectarismo e pelas divisões regionais.

O prédio do Comitê Supremo de Segurança, organização do governo criada há um ano para tentar regular os grupos armados, foi saqueado por integrantes de uma milícia e estava em chamas no início da tarde, segundo testemunhas. Uma loja de artigos esportivos que ajuda a financiar uma das milícias tamém foi saqueada.

O conflito se iniciou logo depois de meia-noite. As milícias envolvidas eram filiadas ao Comitê de Segurança.

Moradores bloquearam a rua onde o conflito se dava, e muitos pegaram as suas próprias armas.

"Chamamos a polícia pela manhã, mas ninguém apareceu", afirmou o morador Khaled Mohamed à Reuters.

Uma bala perdida causou pânico no Hospital Central de Tripoli. "Temos pacidentes reais com problemas reais. Essas milícias precisam nos deixar em paz para podermos fazer o nosso trabalho", disse o médico Khaled Ben Nour.

Alguns dos integrantes das milícias disseram que o conflito foi por conta da prisão de um deles. Outros afirmaram que o prédio do Comitê de Segurança, que já foi do serviço de inteligência, estava ocupado por uma milícia específica.

"O governo precisa achar uma solução para essa bagunça", afirmou o morador Khaled Ahmed. "São dois anos desde a revolução e ainda não há segurança. Ou acham uma solução, ou vamos tomar as ruas de novo", disse.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaGuerrasLíbiaPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia

Governo espanhol avisa que aplicará mandado de prisão se Netanyahu visitar o país