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Michael Cohen adia audiência no Congresso alegando 'ameaça' de Trump

Michael Cohen foi condenado a três anos de prisão por comprar silêncio de supostas ex-amantes do magnata durante campanha de 2016

Michael Cohen: Ex-advogado trabalhou durante dez anos para a Organização Trump (Jeenah Moon/Reuters)

Michael Cohen: Ex-advogado trabalhou durante dez anos para a Organização Trump (Jeenah Moon/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 21h39.

Michael Cohen, o ex-advogado de Donald Trump que deveria testemunhar no dia 7 de fevereiro no Congresso dos Estados Unidos, decidiu adiar sua audiência devido a "ameaças contra sua família" por parte do presidente americano, informou nesta quarta-feira seu advogado Lanny Davis.

"Este é um momento no qual o senhor Cohen deve pensar primeiro na segurança de sua família e na sua", declarou Davis, sem precisar a natureza das ameaças.

O testemunho de Cohen, que trabalhou durante dez anos para a Organização Trump e foi condenado a três anos de prisão por comprar o silêncio de supostas ex-amantes do magnata durante a campanha presidencial de 2016, é algo potencialmente perigoso para o presidente.

"Devido a repetidas ameaças contra sua família de parte do presidente Trump e de (seu advogado, Rudy) Giuliani neste final de semana, e devido à contínua cooperação de Cohen com as investigações em curso", sua audiência "foi adiada para outra data", informou Davis à AFP.

A data da nova audiência diante das comissões responsáveis de supervisão da Câmara de Representantes ainda não foi fixada.

Jamie Raskin, representante democrata por Maryland no Congresso e membro do comitê, considerou "inaceitável" qualquer tentativa de intimidação de parte do presidente americano.

"Se for verdade, as declarações do presidente ameaçando Michael Cohen e sua família são evidentes tentativas de obstrução à justiça e um flagrante ataque ao estado de direito. Apelos aos meus colegas - democratas e republicanos - que rejeitem esta nova falta de respeito presidencial à Constituição, ao governo democrático e à separação dos poderes", tuitou Raskin.

Cohen, casado e pai de dois filhos, se declarou culpado em agosto de fraude fiscal e bancária e de violação da política de financiamento eleitoral, como resultado dos pagamentos a supostas amantes de Trump.

Foi condenado a três anos de prisão em dezembro, mas só cumprirá a sentença a partir de 6 de março para continuar cooperando com a investigação do promotor especial Robert Mueller sobre um possível conluio entre a equipe de campanha de Trump com a Rússia.

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