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Merkel: a economia como aliada?

Na semana em que a chanceler Angela Merkel anunciou que vai concorrer ao quarto mandato nas eleições do ano que vem, a Alemanha apresenta nesta quinta-feira os números revisados do PIB no terceiro trimestre. No dia de 15 de novembro, o governo já havia anunciado um primeiro valor, com crescimento de 0,2% entre julho e […]

MERKEL: por que um país não deveria exportar mercadorias nas quais tem uma vantagem comparativa? / Leonhard Foeger/ Reuters

MERKEL: por que um país não deveria exportar mercadorias nas quais tem uma vantagem comparativa? / Leonhard Foeger/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 05h52.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h14.

Na semana em que a chanceler Angela Merkel anunciou que vai concorrer ao quarto mandato nas eleições do ano que vem, a Alemanha apresenta nesta quinta-feira os números revisados do PIB no terceiro trimestre. No dia de 15 de novembro, o governo já havia anunciado um primeiro valor, com crescimento de 0,2% entre julho e setembro, e a expectativa é que esse número se mantenha. No segundo trimestre, a alta não foi muito maior, fechando em 0,4%.

Na sexta-feira 18, o ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, disse que a economia deve seguir crescendo “levemente”, mas que o “clima econômico global continua caracterizado por incerteza”. Os motivos apontados por Gabriel são dois: o conhecido Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, e a recente eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.

Embora Gabriel acredite que “nenhum impacto negativo é esperado a curto prazo”, o cenário político conturbado pode vir a afetar os alemães. A repulsa de Trump ao livre-comércio preocupa, à medida que os Estados Unidos são destino de 10% das exportações da Alemanha. São 114 bilhões de euros vendidos aos americanos, e mais de 1 milhão de empregos relacionados diretamente ao comércio EUA-Alemanha, de acordo com um levantamento do instituto alemão IFO.

Chanceler desde 2005, Merkel também enfrenta um páreo duro em casa. Seu partido, o União Democrática Cristã (UDC), é ameaçado pelo Alternativa para a Alemanha (AfD). De caráter ultranacionalista e conservador, o AfD é contra o livre-comércio, a integração europeia e as políticas de recepção de refugiados de Merkel. Atualmente, a UDC conta com 191 das 299 (37,2%) cadeiras no Bundestag, o parlamento alemão. A legenda governa em coalizão com o Partido da Social Democracia (SPD), segundo mais votado.

Após a eleição de Trump, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, acendeu o sinal vermelho ao dizer que “o populismo demagógico não é só um problema nos Estados Unidos”. Para Merkel, quanto melhores os dados econômicos, maiores suas chances de ficar exatamente onde está.

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