A Merck foi condenada a pagar 4,5 milhões de dólares a um homem que culpou o analgésico Vioxx, fabricado pela companhia, por um ataque cardíaco que sofreu. A mesma decisão judicial, no entanto, decidiu que um segundo reclamante não deveria receber compensação financeira da empresa.

Ambos alegaram que a Merck minimizou os riscos do Vioxx e permitiu que eles continuassem tomando o medicamento por mais de 18 meses, o que teria contribuído para os ataques cardíacos que sofreram, segundo o jornal britânico Financial Times.

As queixas foram levadas a um júri de Nova Jersey, que garantiu a indenização de 4,5 milhões de dólares a John McDarby, de 77 anos, mas negou o pedido de compensação de Thomas Cona, 60 anos - a decisão foi de que o ataque cardíaco de Cona não teria sido influenciado pelo uso contínuo do Vioxx. O resultado nos tribunais fez com que as ações da Merck caíssem 4% nas negociações da manhã desta quinta-feira (06/05).

A Merck realizou um estudo próprio a respeito do uso contínuo do Vioxx por 18 meses ou mais. A conclusão foi de que a ingestão por período tão longo representa alto risco aos pacientes, e levou a companhia a retirar o remédio do mercado em 2004. A partir de então a Merck vem enfrentando uma onda de reclamações que já gerou 10 mil processos nos Estados Unidos.