Beirute .- O mediador internacional Staffan de Mistura analisou neste sábado com o principal grupo opositor sírio, a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), seu plano para pôr fim ao conflito no país.

O vice-presidente da CNFROS, Hisham Marwa, confirmou à Agência Efe por telefone que Mistura se reuniu hoje em Istambul com os membros do Escritório Política da aliança opositora.

"Estudamos com o enviado especial da ONU (para a Síria) os detalhes do plano apresentado ao Conselho de Segurança para aplicar o Comunicado de Genebra", explicou.

O documento, aprovado pelas potências internacionais em junho de 2012, propõe, entre outras medidas, a criação de um governo transitório na Síria, com membros do regime e da oposição, para acabar com a guerra.

Marwa acrescentou que a CNFROS aceitou continuar hoje com as consultas para promover a iniciativa de Mistura.

Mesmo assim, se mostrou pessimista com a possibilidade de haver uma terceira rodada de conversas em Genebra entre membros do Executivo sírio e da oposição, "porque o regime não quer dialogar, apostou claramente em uma solução militar e conta com a proteção da Rússia".

A última vez que o governo e a oposição síria se sentaram na mesma mesa de negociações foi em fevereiro de 2014 na cidade suíça, onde desenvolveram duas rodadas de diálogo que terminaram sem nenhum acordo ou aproximação.

Por outro lado, Marwa descartou que os contatos feitos ontem entre Rússia e EUA sobre o desdobramento militar russo no território sírio terão alguma repercussão nas negociações para a paz na Síria.

"Essas conversas entre Rússia e EUA se centraram no assunto do terrorismo e em como combater o EI. Não acredito que vá ter consequências no processo de diálogo", indicou.

Mistura chegou hoje à Turquia após visitar Damasco, onde na quinta-feira se reuniu com o ministro de Relações Exteriores sírio, Walid Muallem.

Segundo uma fonte síria próxima das negociações, durante esse encontro as autoridades do país árabe deram sinal verde à proposta do mediador.

Além disso, se mostraram dispostas a enviar uma delegação a Genebra nas próximas semanas, "possivelmente na primeira de outubro", para iniciar conversas de paz com a oposição, e com a presença de observadores internacionais, assinalou a mesma fonte. EFE

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