Exame Logo

Marcas esportivas ignoram violação de direitos trabalhistas, diz estudo

Levantamento da Oxfam, organização de combate à pobreza, diz que fabricantes não estão atuando como deveriam para melhorar condições de trabalho promovidas por fornecedores asiáticos

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h38.

Marcas esportivas que aceleraram a produção para exibir seus artigos na Copa do Mundo da Alemanha não se empenham o suficiente para combater as más condições de trabalho de fornecedores instalados na Ásia. Essa é a conclusão de um relatório da Oxfam, organização de combate à pobreza em todo mundo, divulgado nesta quarta-feira (24/5).

O estudo traz o resultado de uma pesquisa realizada durante um ano com doze marcas de produtos esportivos. O que a Oxfam descobriu foi que nenhuma delas fez o suficiente para impedir que trabalhadores asiáticos fossem demitidos ou tratados com violência ao se organizarem para conseguir melhores salário e condições de trabalho. A pesquisa também revelou que a maioria desses operários é formada por mulheres de comunidades pobres que têm de sustentar crianças e famílias.

Veja também

A fabricante que mostrou pior desempenho, segundo a Oxfam, foi a Fila. "Em um caso, um fornecedor de calçados da Fila em Indonésia, que tinha um assustador recorde de abuso no trabalho, fechou de repente e sem aviso prévio. Um ano depois, nenhum de seus 3 500 funcionários recebeu qualquer indenização", diz a organização em comunicado. A Fila se recusou a explicar se teve participação no fechamento. Outras empresas citadas pelo relatório são Nike, Puma, Asics e Rebook, esta última apontada como a que mais contribuiu para a melhoria das condições trabalhistas.

Um segundo caso citado pelo estudo envolve a Adidas. Um fornecedor da companhia na Indonésia demitiu recentemente 30 trabalhadores que haviam participado de uma greve legal por aumento de salário - eles recebem cerca de 60 centavos por hora de serviço, segundo a Oxfam. Esta fábrica produz calçados promovidos por jogadores como David Beckham, Zinedine Zidane e o brasileiro Kaká. Procurada pelo jornal britânico Financial Times, a Adidas comentou que está estudando o caso, mas que a decisão de demitir os funcionários só foi tomada depois de a greve tomar rumos diferentes, contrários à companhia, o que tornou o movimento ilegal.

"A indústria de artigos esportivos é uma fonte valiosa de empregos na Ásia. Mas os consumidores e trabalhadores também têm o direito de esperar que marcas globais não explorem as pessoas que fabricam seus produtos", afirmou, em nota, a Kelly Dent, uma das autoras do estudo da Oxfam.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame