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Manifestantes pró-Mursi se entrincheiram em praças no Egito

Partidários do presidente deposto reforçaram medidas de defesa diante de advertências das autoridades

Violência durante protestos no Egito: apesar das recentes ameaças, a maioria dos manifestantes está tranquila e duvida que as forças de segurança façam uma grande operação para dispersá-los (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2013 às 15h59.

Cairo - Os manifestantes partidários do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi reforçaram nesta quinta-feira medidas de defesa, como as barreiras levantadas nos acessos a seus acampamentos no Cairo, diante das advertência das autoridades de pôr fim aos protestos.

Na praça de Rabea Al Adauiya, no leste da capital egípcia, há montes de pedras preparadas caso a polícia decida invadir o camping.

Apesar das recentes ameaças, a maioria dos manifestantes está tranquila e duvida que as forças de segurança façam uma grande operação para dispersá-los de Rabea al Adauyia e da praça de Al-Nahda, próxima a Universidade do Cairo.

O manifestante Wafi Ibrahim disse à agência Efe em Rabea Al Adauiya que são "absurdas" as acusações das autoridades de que os protestos são uma ameaça à segurança nacional. Sobre uma provável intervenção, o ativista islamita explicou que a polícia não pode atacar o acampamento por temor à reação da opinião internacional.

O porta-voz do Ministério do Interior egípcio, Hani Abdelatif, exigiu nesta quinta-feira que os manifestantes acampados deixem as praças em troca de proteção e da garantia de uma saída segura.

A medida aconteceu depois do anúncio de quarta-feira do governo de que iria adotar "as medidas necessárias" para pôr fim aos acampamentos pró-Mursi na capital.

Pouco depois das declarações de Abdelatif, um helicóptero militar sobrevoou a praça de Rabea Al Adauiya várias vezes durante a tarde.

O alerta das autoridades não teve grande impacto sobre os acampados, que optaram por reforçar as barreiras, criadas com paralelepípedos arrancados das calçadas, e intensificar as revistas para acesso ao local. A maioria dos muros foi levantada no sábado, depois dos choques com a polícia deixarem 80 mortos.


Alguns manifestantes acreditam que as forças de segurança não vão entrar em Rabea Al Adauiya, e que as ações se limitarão aos arredores da praça.

"Podem cercá-la, mas ninguém pode entrar na praça porque Deus está conosco e porque são uns covardes", disse à Agência Efe Alaa Mohammed. O imã, que comandou nesta quinta a oração muçulmana do meio-dia, afirmou desafiador "que ninguém pode se aproximar da praça porque o que há lá são leões".

Além disso, pediu na oração que "Deus devolva Mursi saudável, apóie os que têm razão e que mate os injustos".

O posto das forças da ordem mais próximo a Rabea Al Adauiya fica a 800 metros da praça, em uma rua que chega ao Palácio Presidencial, onde estão vários militares que levantaram uma barreira com arame farpado.

Chama a atenção na praça as imagens dos mortos durante os últimos distúrbios, que mostram cadáveres ensanguentados ou com marcas de tiros.

Devido ao asfixiante calor e ao jejum do mês sagrado do Ramadã, os islamitas se dedicam principalmente a rezar e ler o Corão em suas tendas.

Para sexta-feira estão previstas manifestações sob o lema "Egito contra o golpe", organizadas pela Coalizão Nacional de Defesa da Legitimidade, que inclui a Irmandade Muçulmana.

Para a Anistia Internacional (AI), a decisão do governo egípcio constitui "uma fórmula para novos derramamentos de sangue".

A diretora adjunta para Oriente Médio e Norte da África da AI, Hassiba Hadj Sahraoui, ressaltou que "as autoridades e as forças de segurança devem adotar um enfoque que evite o uso da força e se baseie em métodos de persuasão, negociação e mediação".

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Cairo - Os manifestantes partidários do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi reforçaram nesta quinta-feira medidas de defesa, como as barreiras levantadas nos acessos a seus acampamentos no Cairo, diante das advertência das autoridades de pôr fim aos protestos.

Na praça de Rabea Al Adauiya, no leste da capital egípcia, há montes de pedras preparadas caso a polícia decida invadir o camping.

Apesar das recentes ameaças, a maioria dos manifestantes está tranquila e duvida que as forças de segurança façam uma grande operação para dispersá-los de Rabea al Adauyia e da praça de Al-Nahda, próxima a Universidade do Cairo.

O manifestante Wafi Ibrahim disse à agência Efe em Rabea Al Adauiya que são "absurdas" as acusações das autoridades de que os protestos são uma ameaça à segurança nacional. Sobre uma provável intervenção, o ativista islamita explicou que a polícia não pode atacar o acampamento por temor à reação da opinião internacional.

O porta-voz do Ministério do Interior egípcio, Hani Abdelatif, exigiu nesta quinta-feira que os manifestantes acampados deixem as praças em troca de proteção e da garantia de uma saída segura.

A medida aconteceu depois do anúncio de quarta-feira do governo de que iria adotar "as medidas necessárias" para pôr fim aos acampamentos pró-Mursi na capital.

Pouco depois das declarações de Abdelatif, um helicóptero militar sobrevoou a praça de Rabea Al Adauiya várias vezes durante a tarde.

O alerta das autoridades não teve grande impacto sobre os acampados, que optaram por reforçar as barreiras, criadas com paralelepípedos arrancados das calçadas, e intensificar as revistas para acesso ao local. A maioria dos muros foi levantada no sábado, depois dos choques com a polícia deixarem 80 mortos.


Alguns manifestantes acreditam que as forças de segurança não vão entrar em Rabea Al Adauiya, e que as ações se limitarão aos arredores da praça.

"Podem cercá-la, mas ninguém pode entrar na praça porque Deus está conosco e porque são uns covardes", disse à Agência Efe Alaa Mohammed. O imã, que comandou nesta quinta a oração muçulmana do meio-dia, afirmou desafiador "que ninguém pode se aproximar da praça porque o que há lá são leões".

Além disso, pediu na oração que "Deus devolva Mursi saudável, apóie os que têm razão e que mate os injustos".

O posto das forças da ordem mais próximo a Rabea Al Adauiya fica a 800 metros da praça, em uma rua que chega ao Palácio Presidencial, onde estão vários militares que levantaram uma barreira com arame farpado.

Chama a atenção na praça as imagens dos mortos durante os últimos distúrbios, que mostram cadáveres ensanguentados ou com marcas de tiros.

Devido ao asfixiante calor e ao jejum do mês sagrado do Ramadã, os islamitas se dedicam principalmente a rezar e ler o Corão em suas tendas.

Para sexta-feira estão previstas manifestações sob o lema "Egito contra o golpe", organizadas pela Coalizão Nacional de Defesa da Legitimidade, que inclui a Irmandade Muçulmana.

Para a Anistia Internacional (AI), a decisão do governo egípcio constitui "uma fórmula para novos derramamentos de sangue".

A diretora adjunta para Oriente Médio e Norte da África da AI, Hassiba Hadj Sahraoui, ressaltou que "as autoridades e as forças de segurança devem adotar um enfoque que evite o uso da força e se baseie em métodos de persuasão, negociação e mediação".

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