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Mais de 200 pessoas presas nos EUA em meio à tensão racial

As detenções acontecem 48 horas depois que Micah Johnson, um veterano de guerra negro, atirou contra policiais brancos em Dallas, matando cinco deles.

Polícia de Dallas em tiroteio com atirador após ataque em protesto (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2016 às 16h56.

As autoridades policiais dos Estados Unidos prenderam mais de 200 pessoas em várias cidades do país durante manifestações no sábado à noite (9), em meio à forte tensão entre cidadãos afro-americanos e a Polícia.

As detenções acontecem 48 horas depois que Micah Johnson, um veterano de guerra negro de 25 anos, atirou contra policiais brancos em Dallas, matando cinco deles.

O presidente Barack Obama , que está na Espanha, irá a Dallas na próxima terça (12) e discursará na cerimônia em homenagem aos agentes mortos na quinta passada (7), conforme anúncio feito pela Casa Branca neste domingo.

A maioria das manifestações de ontem - organizadas para lembrar das vítimas da violência policial, sobretudo, as duas mais recentes - transcorreu de forma pacífica.

Alton Sterling e Philando Castile foram abatidos por policiais nesta última semana, em Louisianna e Minnesota, respectivamente, e suas mortes foram filmadas. As imagens se espalharam rapidamente pelas redes sociais e comoveram os Estados Unidos.

Manifestações e detenções

Uma multidão foi às ruas em Nova York, Los Angeles e São Francisco.

As autoridades informaram que houve confronto em Saint Paul, cidade de Minnesota onde Castile foi morto. Ao todo, 21 agentes que acompanhavam o ato na noite de sábado ficaram feridos, quando alguns manifestantes começaram a jogar pedras e se negaram a liberar uma via. A confusão terminou com 102 detidos.

"Isso não tem nada a ver com o luto, não tem nada a ver com uma manifestação. Isso se chama perturbação da ordem, se chama violência", declarou o prefeito de Saint Paul, Chris Coleman.

"Não vamos tolerar esse tipo de violência inqualificável", avisou.

"Ontem à noite, os manifestantes se transformaram em delinquentes. Estou (...) enojado com as ações de alguns deles. Não vamos aceitar isso", advertiu o chefe da Polícia local, Todd Axtell.

Outra manifestação tensa aconteceu em Baton Rouge, em Louisianna, cidade onde Sterling, um vendedor ambulante também negro, foi jogado no chão por dois policiais e abatido à queima-roupa. Lá, mais de 100 pessoas foram detidas, segundo a imprensa local, citando fontes oficiais.

Durante a passeata, o ativista do movimento Black Lives Matter (BLM) DeRay McKesson filmava e transmitia ao vivo sua própria detenção, pelo aplicativo Periscope.

"A polícia nos provocou durante toda a noite", afirma em um vídeo divulgado em sua conta @deray.

"Nós não bloqueamos a rua, ou qualquer outra coisa", completa.

Subitamente, a imagem é interrompida e é possível ouvir uma voz: "Polícia da cidade. Você está preso, não resista".

Outro ativista pega o telefone celular e retoma o vídeo ao questionar o policial sobre o motivo da detenção de McKesson, que é levado com as mãos nas costas, segundo imagens divulgadas nas redes sociais.

Bahamas emite advertência de viagem aos EUA

De Madri, Obama pediu calma.

"Quando aqueles de nós que estão preocupados com a imparcialidade do Sistema Judiciário atacam oficiais da polícia estão prestando um desserviço à causa", declarou.

"Antes de mais nada, qualquer ato de violência contra a polícia é um crime repreensível e deve ser processado", afirmou Obama.

"Até mesmo de maneira retórica, se generalizamos e não reconhecemos que a grande maioria dos oficiais de polícia está fazendo um bom trabalho e busca proteger a população (...) perderemos aliados para uma reforma", destacou Obama.

O presidente decidiu encurtar sua visita à Espanha para retornar o mais rápido possível aos EUA após o ataque em Dallas.

Diante dessa crescente tensão, o governo das Bahamas, um país com população majoritariamente negra, pediu a seus cidadãos que tenham cuidado ao viajar para os Estados Unidos.

"Não seja polêmico e coopere" ao tratar com policiais, recomendou o Ministério das Relações Exteriores, dirigindo-se em particular aos homens jovens de seu país.

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As autoridades policiais dos Estados Unidos prenderam mais de 200 pessoas em várias cidades do país durante manifestações no sábado à noite (9), em meio à forte tensão entre cidadãos afro-americanos e a Polícia.

As detenções acontecem 48 horas depois que Micah Johnson, um veterano de guerra negro de 25 anos, atirou contra policiais brancos em Dallas, matando cinco deles.

O presidente Barack Obama , que está na Espanha, irá a Dallas na próxima terça (12) e discursará na cerimônia em homenagem aos agentes mortos na quinta passada (7), conforme anúncio feito pela Casa Branca neste domingo.

A maioria das manifestações de ontem - organizadas para lembrar das vítimas da violência policial, sobretudo, as duas mais recentes - transcorreu de forma pacífica.

Alton Sterling e Philando Castile foram abatidos por policiais nesta última semana, em Louisianna e Minnesota, respectivamente, e suas mortes foram filmadas. As imagens se espalharam rapidamente pelas redes sociais e comoveram os Estados Unidos.

Manifestações e detenções

Uma multidão foi às ruas em Nova York, Los Angeles e São Francisco.

As autoridades informaram que houve confronto em Saint Paul, cidade de Minnesota onde Castile foi morto. Ao todo, 21 agentes que acompanhavam o ato na noite de sábado ficaram feridos, quando alguns manifestantes começaram a jogar pedras e se negaram a liberar uma via. A confusão terminou com 102 detidos.

"Isso não tem nada a ver com o luto, não tem nada a ver com uma manifestação. Isso se chama perturbação da ordem, se chama violência", declarou o prefeito de Saint Paul, Chris Coleman.

"Não vamos tolerar esse tipo de violência inqualificável", avisou.

"Ontem à noite, os manifestantes se transformaram em delinquentes. Estou (...) enojado com as ações de alguns deles. Não vamos aceitar isso", advertiu o chefe da Polícia local, Todd Axtell.

Outra manifestação tensa aconteceu em Baton Rouge, em Louisianna, cidade onde Sterling, um vendedor ambulante também negro, foi jogado no chão por dois policiais e abatido à queima-roupa. Lá, mais de 100 pessoas foram detidas, segundo a imprensa local, citando fontes oficiais.

Durante a passeata, o ativista do movimento Black Lives Matter (BLM) DeRay McKesson filmava e transmitia ao vivo sua própria detenção, pelo aplicativo Periscope.

"A polícia nos provocou durante toda a noite", afirma em um vídeo divulgado em sua conta @deray.

"Nós não bloqueamos a rua, ou qualquer outra coisa", completa.

Subitamente, a imagem é interrompida e é possível ouvir uma voz: "Polícia da cidade. Você está preso, não resista".

Outro ativista pega o telefone celular e retoma o vídeo ao questionar o policial sobre o motivo da detenção de McKesson, que é levado com as mãos nas costas, segundo imagens divulgadas nas redes sociais.

Bahamas emite advertência de viagem aos EUA

De Madri, Obama pediu calma.

"Quando aqueles de nós que estão preocupados com a imparcialidade do Sistema Judiciário atacam oficiais da polícia estão prestando um desserviço à causa", declarou.

"Antes de mais nada, qualquer ato de violência contra a polícia é um crime repreensível e deve ser processado", afirmou Obama.

"Até mesmo de maneira retórica, se generalizamos e não reconhecemos que a grande maioria dos oficiais de polícia está fazendo um bom trabalho e busca proteger a população (...) perderemos aliados para uma reforma", destacou Obama.

O presidente decidiu encurtar sua visita à Espanha para retornar o mais rápido possível aos EUA após o ataque em Dallas.

Diante dessa crescente tensão, o governo das Bahamas, um país com população majoritariamente negra, pediu a seus cidadãos que tenham cuidado ao viajar para os Estados Unidos.

"Não seja polêmico e coopere" ao tratar com policiais, recomendou o Ministério das Relações Exteriores, dirigindo-se em particular aos homens jovens de seu país.

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