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Maioria da população do Uruguai é contra lei da maconha

Pesquisa mostra rejeição da população uruguaia ao projeto de lei pretende descriminalizar a produção e a venda de maconha ainda é maior que 60%

Homem fuma maconha: pesquisa indicou que 65% afirmam que "segura ou provavelmente assinaria a favor da realização de plebiscito contra a lei" que a oposição pretende emplacar (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 16h55.

Montevidéu - A rejeição da população uruguaia ao projeto de lei pretende descriminalizar a produção e a venda de maconha ainda é maior que 60%, embora apresente ligeira queda, aponta pesquisa divulgada nesta terça-feira pela consultoria Número.

A pesquisa, em que foram realizadas 1.004 entrevistas entre 15 e 24 de agosto, em Montevidéu e no interior do país, mostrou que 61% dos uruguaios "não está de acordo" com a iniciativa, percentual que chegava a 66% em julho do ano passado.

O projeto de lei apresentado pelo presidente do Uruguai , José Mujica, foi anunciado em meados de 2012 e aprovado em 31 de julho na Câmara dos Deputados com maioria simples do partido governista de esquerda Frente Ampla (FA) e a rejeição em bloco da oposição.

O FA espera aprová-lo no Senado antes de outubro, aproveitando a maioria na casa.

A pesquisa da consultoria Número mostra que aumentaram as pessoas que concordam com o plano governamental, passando de 24% em julho de 2012 para 28% em agosto de 2013.

Nas cinco pesquisas realizadas desde então "o julgamento oscilou, com tendência de baixa" entre os que estão de acordo e "com uma leve tendência de alta" entre os que não estão. No entanto, a consultoria ressalta em sua análise que os resultados oferecem "uma estabilidade rara em temas polêmicos".


A pesquisa também indicou que 65% afirmam que "segura ou provavelmente assinaria a favor da realização de plebiscito contra a lei" que a oposição pretende emplacar.

Dessa porcentagem, o "seguro que sim" assinaria a favor da consulta chega 56% e "provavelmente sim" 11%, enquanto o "seguro que não" se situa em apenas 27%.

A Número conclui que "neste clima de opinião, se o Senado aprovar a lei provavelmente ficará firme, com ou sem tentativa de derrubá-la via plebiscito".

No final de 2012, ao ver que a população se mostrava contrária a proposta, Mujica pediu aos parlamentares do FA que a "freassem" com o argumento de que a sociedade não estava "madura e que a maioria tem que estar na rua", embora essa postura tenha durado poucos meses.

Com a aprovação do projeto de lei, o estado uruguaio concederá licenças a empresas agrícolas e a clubes sociais ou cooperativas para que plantem a droga. Além disso, criará um registro oficial para os consumidores que poderão adquirir o produto nessas associações ou em farmácias.

As autoridades estimam que serão necessárias para as plantações entre 20 e 40 hectares dos 17 milhões cultiváveis do país para produzir entre 20 e 40 toneladas de droga necessárias para abastecer o mercado local.

Os usuários registrados deverão ser residentes no país, poderão consumir 40 gramas de cannabis ao mês, o que dá para um cigarro diário pelo menos, e, se revenderem o produto serão acusados de narcotráfico.

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Montevidéu - A rejeição da população uruguaia ao projeto de lei pretende descriminalizar a produção e a venda de maconha ainda é maior que 60%, embora apresente ligeira queda, aponta pesquisa divulgada nesta terça-feira pela consultoria Número.

A pesquisa, em que foram realizadas 1.004 entrevistas entre 15 e 24 de agosto, em Montevidéu e no interior do país, mostrou que 61% dos uruguaios "não está de acordo" com a iniciativa, percentual que chegava a 66% em julho do ano passado.

O projeto de lei apresentado pelo presidente do Uruguai , José Mujica, foi anunciado em meados de 2012 e aprovado em 31 de julho na Câmara dos Deputados com maioria simples do partido governista de esquerda Frente Ampla (FA) e a rejeição em bloco da oposição.

O FA espera aprová-lo no Senado antes de outubro, aproveitando a maioria na casa.

A pesquisa da consultoria Número mostra que aumentaram as pessoas que concordam com o plano governamental, passando de 24% em julho de 2012 para 28% em agosto de 2013.

Nas cinco pesquisas realizadas desde então "o julgamento oscilou, com tendência de baixa" entre os que estão de acordo e "com uma leve tendência de alta" entre os que não estão. No entanto, a consultoria ressalta em sua análise que os resultados oferecem "uma estabilidade rara em temas polêmicos".


A pesquisa também indicou que 65% afirmam que "segura ou provavelmente assinaria a favor da realização de plebiscito contra a lei" que a oposição pretende emplacar.

Dessa porcentagem, o "seguro que sim" assinaria a favor da consulta chega 56% e "provavelmente sim" 11%, enquanto o "seguro que não" se situa em apenas 27%.

A Número conclui que "neste clima de opinião, se o Senado aprovar a lei provavelmente ficará firme, com ou sem tentativa de derrubá-la via plebiscito".

No final de 2012, ao ver que a população se mostrava contrária a proposta, Mujica pediu aos parlamentares do FA que a "freassem" com o argumento de que a sociedade não estava "madura e que a maioria tem que estar na rua", embora essa postura tenha durado poucos meses.

Com a aprovação do projeto de lei, o estado uruguaio concederá licenças a empresas agrícolas e a clubes sociais ou cooperativas para que plantem a droga. Além disso, criará um registro oficial para os consumidores que poderão adquirir o produto nessas associações ou em farmácias.

As autoridades estimam que serão necessárias para as plantações entre 20 e 40 hectares dos 17 milhões cultiváveis do país para produzir entre 20 e 40 toneladas de droga necessárias para abastecer o mercado local.

Os usuários registrados deverão ser residentes no país, poderão consumir 40 gramas de cannabis ao mês, o que dá para um cigarro diário pelo menos, e, se revenderem o produto serão acusados de narcotráfico.

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