Liderança de Dilma nas pesquisas era previsível, diz professor da USP
Gaudêncio Torquato avalia que a candidata do PT tem hoje, antes do horário gratuito no rádio e na televisão, 70% de chances de vencer a eleição
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
São Paulo - O resultado da pesquisa CNI/Ibope, que coloca Dilma Roussef à frente de José Serra (40% a 35%), era "previsível", na avaliação do professor de comunicação política da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da GT Marketing e Comunicação, Gaudêncio Torquato. "Apesar da grande exposição de Serra nos programas do PSDB, do DEM e do PPS, Dilma está conseguindo canalizar os pontos positivos do governo Lula", diz o professor.
Há vários aspectos que colaboram com a campanha petista. Entre eles, Gaudêncio Torquato cita o forte crescimento da economia, o carisma do presidente Lula, a máquina do governo e o tempo maior no rádio na televisão no primeiro turno. "Eu daria hoje, antes do horário eleitoral gratuito, 70% de chances de Dilma vencer as eleições", diz o cientista político, que, no mês passado, a pedido do site EXAME.com, calculou os fatores que podem decidir o vencedor.
Torquato não acredita que a candidata do PT possa fugir dos debates no primeiro turno. "O risco maior dela é cometer alguma gafe na TV ou nas ruas. Ela precisa ter uma linguagem mais diplomática", avalia o professor.
Quanto a José Serra, o presidente da GT Marketing e Comunicação diz que a campanha está muito "zangada". "Não adianta ficar falando em dossiê. A população quer propostas que afetem a vida dela."
O cientista política aposta na realização do segundo turno entre Serra e Dilma, e diz que Marina Silva (PV) tem carisma, mas sofre com a falta estrutura na campanha. "Sem grandes partidos na coligação, não se sabe como ela iria governar", diz Torquato.