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Judeus lembram com sua Páscoa o fim da escravidão no Egito

Judeus comemoram a partir de hoje sua Páscoa, na qual se abstêm de comer pão e fermentados para recordar o fim da escravidão e o êxodo do Egito

Judeus: festividade é uma das mais alegres do calendário hebreu (Nicholas Kamm/AFP)
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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2015 às 10h00.

Jerusalém - Os judeus comemoram a partir deste sábado sua Páscoa , conhecida em hebraico como "Pessach", na qual se abstêm de comer pão e produtos fermentados durante uma semana para recordar o fim da escravidão e o êxodo do Egito dos faraós.

Este episódio bíblico é narrado no Pentateuco, fundamentalmente no Livro do Êxodo, e é considerado pelos judeus um marco de sua construção como povo ao conceder aos descendentes de Jacó uma identidade própria como nação livre, segundo uma Lei.

De acordo com a tradição, os judeus não comem nenhum alimento fermentado durante sete dias para lembrar como se livraram do jugo do faraó há cerca de 3.500 anos pelas mãos de Moisés.

A festividade é uma das mais alegres do calendário hebreu e uma das três nas quais se costumava peregrinar ao antigo Templo de Jerusalém para realizar oferendas.

Por este motivo, a cidade santa fica bastante movimentada nesta época. Segundo o Ministério do Turismo, cerca de 130 mil pessoas visitarão Jerusalém durante a Páscoa judaica e a Semana Santa cristã.

A comemoração, que também marca o início da primavera, começou ontem à noite com um jantar ritual conhecido como "Sêder" ("Ordem" ou "Procedimento"), na qual os judeus degustam em família alimentos que simbolizam os dissabores e vicissitudes que seus antepassados vivenciaram durante a épica travessia pelo deserto.

Segundo o relato bíblico, ao precisar escapar o mais rápido possível do Egito, os israelitas não puderam assar o pão corretamente e tiveram que se conformar com um tipo de massa não fermentada, denominada em hebraico "matzá".

O jornal "Haaretz" abordou nesta semana em um artigo a provável etimologia do termo, que intriga a gerações tanto rabinos como linguistas.

Alguns indicam que a palavra que procede da raiz hebraica do verbo "chupar", em aparente alusão ao pão ser completamente seco, enquanto outros defendem que "matzá" vem da raiz hebraica de "pressa", devido à falta de tempo para o cozimento da massa.

Outra teoria, no entanto, joga por terra essas explicações e diz que o "matzá" já aparece no livro do Gênese, por isso poderia se tratar de um alimento não relacionado necessariamente com a festa e proceder de outra língua não hebraica, cujo significado seria meramente "pão de cevada", uma possível derivação do grego.

O costume instaurado hoje em dia não se limita exclusivamente a não se comer pão. Alguns setores ultra-ortodoxos incluem igualmente os legumes, especialmente os judeus de origem ashkenazi (originais da Europa central e oriental).

Desta forma, há vários dias os supermercados e estabelecimentos de comida mantêm seladas e cobertas as seções de produtos que contêm fermentos, incluída a cerveja, assim como legumes e outros cereais.

Nos dias anteriores à efeméride, muitos judeus seguiram o ritual de limpar minuciosamente os lares das mais minúsculas migalhas. Em seguida, foi realizada uma venda simbólica dos produtos proibidos a um gentio e a queima do "jametz", isto é, dos restos do pão em fogueiras.

A tradição de não comer produtos fermentados e lembrar o relato bíblico no jantar principal por meio da "Hagadá", epopeia destinada a transmitir a mensagem de geração em geração, são seguidas por amplos setores em Israel, incluídos laicos.

No terreno político, a festividade se produz pouco depois da constituição do novo parlamento, que saiu das eleições de 17 de março, e em plena negociação para a formação do próximo executivo, que voltará a ser liderado por Benjamin Netanyahu.

"A essência da festa se define por três coisas: "Pessach" (a entrega de oferendas nos tempos do Templo), o "matzá" (pão ázimo) e o "maror" (ervas amargas comidas no jantar ritual)", disse nesta semana o presidente de Israel, Reuven Rivlin, no ato de inauguração do novo parlamento.

"De forma similar, esta casa também se sustenta sobre três pilares: o serviço público, representar a face em transformação de Israel e a responsabilidade para adotar decisões", concluiu.

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Jerusalém - Os judeus comemoram a partir deste sábado sua Páscoa , conhecida em hebraico como "Pessach", na qual se abstêm de comer pão e produtos fermentados durante uma semana para recordar o fim da escravidão e o êxodo do Egito dos faraós.

Este episódio bíblico é narrado no Pentateuco, fundamentalmente no Livro do Êxodo, e é considerado pelos judeus um marco de sua construção como povo ao conceder aos descendentes de Jacó uma identidade própria como nação livre, segundo uma Lei.

De acordo com a tradição, os judeus não comem nenhum alimento fermentado durante sete dias para lembrar como se livraram do jugo do faraó há cerca de 3.500 anos pelas mãos de Moisés.

A festividade é uma das mais alegres do calendário hebreu e uma das três nas quais se costumava peregrinar ao antigo Templo de Jerusalém para realizar oferendas.

Por este motivo, a cidade santa fica bastante movimentada nesta época. Segundo o Ministério do Turismo, cerca de 130 mil pessoas visitarão Jerusalém durante a Páscoa judaica e a Semana Santa cristã.

A comemoração, que também marca o início da primavera, começou ontem à noite com um jantar ritual conhecido como "Sêder" ("Ordem" ou "Procedimento"), na qual os judeus degustam em família alimentos que simbolizam os dissabores e vicissitudes que seus antepassados vivenciaram durante a épica travessia pelo deserto.

Segundo o relato bíblico, ao precisar escapar o mais rápido possível do Egito, os israelitas não puderam assar o pão corretamente e tiveram que se conformar com um tipo de massa não fermentada, denominada em hebraico "matzá".

O jornal "Haaretz" abordou nesta semana em um artigo a provável etimologia do termo, que intriga a gerações tanto rabinos como linguistas.

Alguns indicam que a palavra que procede da raiz hebraica do verbo "chupar", em aparente alusão ao pão ser completamente seco, enquanto outros defendem que "matzá" vem da raiz hebraica de "pressa", devido à falta de tempo para o cozimento da massa.

Outra teoria, no entanto, joga por terra essas explicações e diz que o "matzá" já aparece no livro do Gênese, por isso poderia se tratar de um alimento não relacionado necessariamente com a festa e proceder de outra língua não hebraica, cujo significado seria meramente "pão de cevada", uma possível derivação do grego.

O costume instaurado hoje em dia não se limita exclusivamente a não se comer pão. Alguns setores ultra-ortodoxos incluem igualmente os legumes, especialmente os judeus de origem ashkenazi (originais da Europa central e oriental).

Desta forma, há vários dias os supermercados e estabelecimentos de comida mantêm seladas e cobertas as seções de produtos que contêm fermentos, incluída a cerveja, assim como legumes e outros cereais.

Nos dias anteriores à efeméride, muitos judeus seguiram o ritual de limpar minuciosamente os lares das mais minúsculas migalhas. Em seguida, foi realizada uma venda simbólica dos produtos proibidos a um gentio e a queima do "jametz", isto é, dos restos do pão em fogueiras.

A tradição de não comer produtos fermentados e lembrar o relato bíblico no jantar principal por meio da "Hagadá", epopeia destinada a transmitir a mensagem de geração em geração, são seguidas por amplos setores em Israel, incluídos laicos.

No terreno político, a festividade se produz pouco depois da constituição do novo parlamento, que saiu das eleições de 17 de março, e em plena negociação para a formação do próximo executivo, que voltará a ser liderado por Benjamin Netanyahu.

"A essência da festa se define por três coisas: "Pessach" (a entrega de oferendas nos tempos do Templo), o "matzá" (pão ázimo) e o "maror" (ervas amargas comidas no jantar ritual)", disse nesta semana o presidente de Israel, Reuven Rivlin, no ato de inauguração do novo parlamento.

"De forma similar, esta casa também se sustenta sobre três pilares: o serviço público, representar a face em transformação de Israel e a responsabilidade para adotar decisões", concluiu.

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