Iraque pede que Trump reconsidere veto a muçulmanos nos EUA
Donald Trump proibiu os cidadãos de sete países muçulmanos, entre eles iraquianos, de entrarem no território americano
EFE
Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 14h17.
Bagdá - O governo do Iraque pediu nesta segunda-feira que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revise o veto que proíbe os cidadãos de sete países muçulmanos, entre eles iraquianos, de entrarem no território americano.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Iraque disse que é "preciso" que o novo governo de Trump "reconsidere essa decisão equivocada".
"O verdadeiro desejo do Iraque é reforçar a associação estratégica entre os dois Estados e aumentar os horizontes de cooperação na luta contra o terrorismo, na economia e em tudo aquilo que sirva aos interesses comuns", indicou a nota.
O governo do Iraque expressou "pesar e surpresa" pela decisão que veta os cidadãos que têm passaportes da Líbia, Sudão, Iraque, Somália, Síria, Iêmen e Irã de entrar nos EUA.
"É muito lamentável uma decisão como essa em direção a um país aliado, que representa uma associação estratégica com os EUA, coincidindo, além disso, com as vitórias obtidas por nossos valentes combatentes, com o apoio da coalizão internacional, contra os grupos terroristas do Daesh (acrônimo em árabe do Estado Islâmico) na batalha de Mossul", completou o comunicado.
Desde o início da ofensiva para expulsar o Estado Islâmico de Mosul em setembro, a coalizão internacional, liderada pelos EUA, auxiliou as tropas iraquianas.
O secretário de Defesa durante o governo de Barack Obama, Ashton Carter, afirmou que o país conta com 58 mil pessoas no Oriente Médio. Do total, 5 mil estão no Iraque e na Síria.
Por esse motivo, o governo do Iraque mostrou novamente "surpresa pela decisão", ressaltando que o país não "exporta terroristas" nem o pensamento extremista dos sunitas.
"Reiteramos a boa reputação das comunidades iraquianas presentes tanto nos EUA como no Iraque, e em outros países, e que os membros dessas comunidades não estão envolvidos em nenhuma ação ou atividade terrorista", disse a nota do Ministério das Relações Exteriores.
O parlamento do Iraque pediu hoje que o governo do país atue em reciprocidade diante da decisão dos EUA e votou recomendações apresentadas pela Comissão Parlamentar de Relações Exteriores.