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Irã tem protestos a favor do governo após dias de atos opositores

Manifestações pró-governo, que ainda não tinha um organizador esclarecido, ocorrem após a maior onda de protestos no país em quase uma década

Irã: grandes multidões que apoiam o governo e o Líder Supremo, aiatolá Ali Khamenei, foram mostradas em cidades pelo país (Tasnim/Reuters)

Irã: grandes multidões que apoiam o governo e o Líder Supremo, aiatolá Ali Khamenei, foram mostradas em cidades pelo país (Tasnim/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 10h34.

Teerã - A televisão estatal iraniana divulgou imagens de milhares de pessoas que se manifestavam a favor do governo, no que parece ser a maior resposta favorável ao regime após dias de protestos.

Não estava ainda claro quem havia organizado a manifestação pró-governo, mas elas ocorrem após a maior onda de protestos no país em quase uma década, que resultou em mais de 20 mortes confirmadas e em centenas de prisões.

Vídeos não confirmados compartilhados nas mídias sociais nos últimos dias mostram atos grandes e pequenos, alguns pacíficos e outros violentos.

É difícil, porém, medir a extensão deles, diante dos limites para o trabalho da imprensa estrangeira e da escassa cobertura nos meios estatais.

Na manhã desta quarta-feira, grandes multidões que apoiam o governo e o Líder Supremo, aiatolá Ali Khamenei, foram mostradas em cidades pelo país.

Algumas pessoas levavam fotos de Khamenei e do aiatolá Ruhollah Khomeini, o primeiro líder da República Islâmica do Irã. Outros entoavam gritos, entre eles "Morte à América".

Protestos contra o governo em geral têm ocorrido mais tarde. Havia convocações que circulavam online por mais atos nas cidades.

A recente onda de protestos começou na última quinta-feira em Mashhad, a segunda maior cidade do país, mas logo se disseminou por dezenas de outras.

Inicialmente com foco na inflação de dois dígitos e no desemprego no governo do presidente Hassan Rouhani, os protestos se disseminaram para uma crítica mais ampla ao sistema iraniano e a Khamenei.

Nos últimos dias, as autoridades têm prometido uma resposta vigorosa e bloquearam o acesso a mídias sociais populares entre os manifestantes para se organizar. Foi bloqueado, por exemplo, o aplicativo de mensagens Telegram, utilizado por milhões de iranianos.

Rouhani disse no domingo que os iranianos têm o direito de protestar, mas que a violência e o vandalismo não serão tolerados.

Já Khamenei, que tem a palavra final sobre questões de Estado no sistema iraniano, falou pela primeira vez na terça-feira e culpou inimigos do Irã pelos distúrbios. O Líder Supremo não disse quais inimigos seriam, mas alguns líderes internacionais demonstraram apoio aos protestos.

O presidente dos EUA, Donald Trump, tem se manifestado nos últimos dias pelo Twitter com elogios aos manifestantes e críticas aos líderes do país. Autoridades iranianas criticaram as mensagens e um porta-voz da chancelaria disse que Trump deveria se concentrar em resolver seus problemas domésticos, segundo a imprensa estatal.

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