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Irã rejeita exigências excessivas em conversas nucleares

Comentário surge depois que a última rodada de conversas não ter resultado em avanços


	Chefe de Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif
 (Leonhard Foeger/Reuters)

Chefe de Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif (Leonhard Foeger/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2014 às 17h40.

Viena - O Irã disse nesta sexta-feira às seis potências com as quais negocia a limitação de seu programa nuclear, em troca da suspensão das sanções contra Teerã, que não aceitará as “exigências excessivas”, depois que a última rodada de conversas não ter resultado em avanços.

A subsecretária de Estado dos Estados Unidos para Assuntos Políticos, Wendy Sherman, disse que é o Irã quem tem que mudar de posição: “O que ainda não está claro é se o Irã está realmente disposto a adotar todas as medidas necessárias para garantir ao mundo que seu programa nuclear é e continuará sendo exclusivamente pacífico”.

As apostas são altas nas conversas em Viena, que recomeçam em 2 de julho, já que as potências buscam uma solução negociada para o impasse de mais de uma década com Teerã, que despertou temores de uma nova guerra no Oriente Médio e uma corrida armamentista nuclear na região.

Sherman sublinhou ao final dos cinco dias de negociações na capital austríaca que Teerã sempre afirmou que só almeja energia nuclear para fins civis. “Se for mesmo este o caso, então um bom acordo é factível”, afirmou a chefe da delegação norte-americana.

O Irã e os Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha, o chamado P5+1, lutam para fechar um acordo abrangente até 20 de julho, prazo estabelecido como parte do acordo interino firmado no ano passado.

Uma extensão das conversas por seis meses é uma possibilidade, mas pode ser politicamente difícil para os EUA, já que o governo Obama quase certamente buscaria a aprovação do Congresso, onde legisladores linha-dura suspeitam do Irã e rejeitam a ideia de se envolver com o país.

Diplomatas das seis potências disseram à Reuters no começo da semana que a maior discórdia nas conversas é sobre o número de centrífugas que Teerã poderá manter para enriquecer urânio.

Autoridades ocidentais afirmam que o P5+1 quer que essa cifra seja de poucos milhares, abaixo da capacidade que permitiria ao Irã acumular rapidamente material suficiente para uma bomba nuclear.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Javad Zarif, destacou a grande diferença entre as partes, exortando as seis nações a “abandonarem exigências excessivas que não serão aceitas pelo Irã”.

“Ainda assim, não superamos disputas sobre grandes temas”, declarou ele. “Houve progresso, mas as grandes questões permanecem.”

Uma autoridade chinesa de alto escalão disse que os dois lados elaboraram um “arcabouço textual”, mas sem dar detalhes.

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