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Investigador da ONU visitará locais de detenção na Turquia

Cerca de 36 mil pessoas estão presas na Turquia após o golpe fracassado de julho, uma conduta repressiva repudiada por aliados ocidentais e pela ONU

Turquia: o enviado anterior expressou a necessidade de se investigar "alegações de superlotação grave e de más condições em muitos centros de detenção" (Alkis Konstantinidis/Reuters)
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Reuters

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 16h09.

Genebra - O investigador de torturas da Organização das Nações Unidas ( ONU ) estará na Turquia entre os dias 27 de novembro e 2 de dezembro a convite do governo e pretende visitar delegacias, prisões e instalações pré-julgamento onde detidos estão sendo mantidos, para debater os "desafios" relacionados à tortura, disse um informe da ONU.

A Turquia demitiu ou suspendeu mais de 125 mil servidores das Forças Armadas, do funcionalismo público, do Judiciário e de outros setores desde o golpe de Estado fracassado de julho, e cerca de 36 mil pessoas estão presas e aguardam julgamento, uma conduta repressiva repudiada por aliados ocidentais, ativistas e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos.

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"Espero me entender com o governo turco sobre como enfrentar os desafios de se manter o Estado de Direito, promover a prestação de contas e cumprir o direito de reparação das vítimas, em particular na esteira da tentativa de golpe de julho deste ano", disse o enviado especial da ONU para tortura, Nils Melzer, em um comunicado.

Melzer, ex-autoridade da Cruz Vermelha e da Suíça, trabalha atualmente na Academia de Lei Humanitária Internacional e de Direitos Humanos de Genebra.

Ele assumiu o posto independente da ONU neste mês sucedendo Juan Mendez, cuja missão de levantamento de dados na Turquia, inicialmente agendada para outubro, foi cancelada por Ancara.

Em um comunicado emitido à época, Mendez expressou profunda decepção, citando a necessidade de se investigar "alegações de superlotação grave e de más condições em muitos centros de detenção por todo o país".

"O monitoramento independente da situação em locais onde indivíduos são privados de sua liberdade é uma salvaguarda crucial contra os maus tratos e a tortura", disse.

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