Mundo

Igreja deve acolher gays e divorciados, diz documento base

Homossexuais não devem ser discriminados e divorciados pertencem à Igreja, segundo documento base a ser debatido por bispos


	Padres da Igreja Católica: assembleia de bispos começou hoje
 (Joe Klamar/AFP/AFP)

Padres da Igreja Católica: assembleia de bispos começou hoje (Joe Klamar/AFP/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 14h18.

Cidade do Vaticano - Os homossexuais não devem ser discriminados e divorciados pertencem à Igreja: é o que diz o documento base que os bispos debaterão na 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, que começou nesta segunda-feira.

Esses dois enunciados estão no "relatio ante disceptationem" (relatório precedente ao debate), texto que engloba as posições que irão expor durante duas semanas os padres sinodais, bispos com voz e voto na assembleia, e que foi lido pelo cardeal húngaro Peter Erdo, presidente-delegado do Sínodo.

No texto constata que existe um amplo consenso com relação ao fato que as "pessoas de tendência homossexual não serem discriminadas, como recalca também o Catecismo da Igreja Católica". Contudo, o documento ressalta que entre as posições que os participantes e os fiéis, que foram consultados antes deste Sínodo, expressarão "não se espera uma equiparação destas relações (homossexuais) com o casamento entre homem e mulher".

Outro tema controverso que será abordado é o dos divorciados que voltam a se casar. Esse "é um dos desafios pastorais mais prementes" e, segundo o texto, a Igreja deve cuidar "deles de modo especial".

"Os divorciados recasados civilmente pertencem à Igreja, precisam e têm o direito de ser acompanhados por seus pastores", explica o texto lido pelo cardeal.

Conforme o documento, os "recasados" são convidados a ouvir a palavra de Deus, a participar da liturgia da Igreja, na oração e a realizar obras de caridade. A possibilidade de que as pessoas que se casam de novo possam voltar a receber os sacramentos será um dos objetos de debate.

O Sínodo vai trabalhar também a hipótese que, em certos casos, o bispo diocesano posa formular uma declaração de nulidade matrimonial.

O tema da violência na família e os abusos que mulheres e crianças sofrem, como consequências do consumo exagerado de álcool e drogas, a prática de jogos de acaso, consumo de pornografia e de "outras formas de dependência sexual e das redes sociais" também será abordado.

Nesta introdução, os bispos concordaram que neste Sínodo é preciso atuar com o "espírito do bom Samaritano" e que a Igreja tem que estar "ao lado de quem foi ferido pela vida".

A reunião dos 253 participantes começou às 8h30 (horário local) (3h30 em Brasília) com a presença do papa Francisco.

Acompanhe tudo sobre:DivórcioGaysIgreja CatólicaLGBTPreconceitosReligião

Mais de Mundo

Primeiro-ministro da França pode ser deposto nesta quarta, após votação na Assembleia Nacional

As melhores (e as piores) cidades do mundo em qualidade de vida

Trump pede arquivamento de processo envolvendo ex-atriz pornô com base em indulto de Biden ao filho

Ministro da Defesa da Coreia do Sul apresenta demissão após aplicação da lei marcial