Exame Logo

Grupos rivais se enfrentam no palácio presidencial do Egito

Partidários do presidente derrubaram tendas erguidas por opositores de Mursi, que começaram um protesto na terça-feira contra os poderes ampliados do presidente

Manifestantes contra Mursi enfrentam a tropa de choque em frente ao palácio presidencial no Cairo, no Egito (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2012 às 14h31.

Cairo - Partidários e opositores do presidente egípcio, Mohamed Mursi, brigaram nesta quarta-feira do lado de fora do palácio presidencial, no Cairo , atirando pedras e outros objetos uns nos outros.

Partidários do presidente derrubaram tendas erguidas por opositores de Mursi, que começaram um protesto na terça-feira contra os poderes ampliados do presidente e sua decisão de apressar uma nova Constituição, que eles alegam não representar toda a nação.

Mursi voltou a trabalhar em seu complexo um dia depois de o local ter ficado sob o cerco de manifestantes da oposição furiosos com seu impulso para ratificar a nova Constituição em um referendo rápido marcado para 15 de dezembro, após a expansão de seus poderes temporariamente por decreto.

O presidente islâmico disse que agiu para impedir que tribunais ainda repletos de nomeados da era do antecessor autocrático Hosni Mubarak atrapalhem o projeto de Constituição que visa completar uma transição política no país mais populoso do mundo árabe.

A Irmandade Muçulmana, da qual Mursi emergiu para ganhar uma eleição livre, em junho, convocou partidários para uma manifestação em frente ao palácio em resposta ao que ele chamou de "abusos opressivos" por partidos da oposição.


O porta-voz da Irmandade Mahmoud Ghozlan foi citado na sua página do Facebook dizendo que grupos de oposição "imaginavam que poderiam abalar a legitimidade ou impor seus pontos de vista à força".

O líder da oposição de esquerda Hamdeen Sabahy prontamente pediu a seus partidários para ir às ruas.

Cerca de 200 manifestantes acamparam durante a madrugada, bloqueando uma porta para o palácio no norte do Cairo, mas o tráfego estava fluindo normalmente e polícia de choque foi retirada.

"As nossas reivindicações ao presidente: retirar o decreto presidencial e cancelar o referendo sobre a Constituição", dizia um cartaz pendurado por manifestantes em um portão do palácio.

O resto da capital egípcia estava calmo, apesar do furor político sobre o decreto de 22 de novembro em que Mursi concedeu a si mesmo amplos poderes e protegeu suas decisões de contestação judicial.


Enfrentando a crise mais grave dos seus seis meses de mandato, o presidente islâmico não mostrou nenhum sinal de que irá sucumbir à pressão, confiante de que a Irmandade Muçulmana e seus aliados islâmicos podem ganhar o referendo e as eleições parlamentares que o seguirão.

Muitos egípcios anseiam por um fim à agitação política que tem assustado os investidores e os turistas, prejudicando a economia.

Ahmed Kamel, porta-voz do Partido do Congresso, liderado pelo ex-chefe da Liga Árabe, Amr Moussa, disse que Mursi deve atender às demandas da oposição, e não pedir uma contra-manifestação islâmica.

Veja também

Cairo - Partidários e opositores do presidente egípcio, Mohamed Mursi, brigaram nesta quarta-feira do lado de fora do palácio presidencial, no Cairo , atirando pedras e outros objetos uns nos outros.

Partidários do presidente derrubaram tendas erguidas por opositores de Mursi, que começaram um protesto na terça-feira contra os poderes ampliados do presidente e sua decisão de apressar uma nova Constituição, que eles alegam não representar toda a nação.

Mursi voltou a trabalhar em seu complexo um dia depois de o local ter ficado sob o cerco de manifestantes da oposição furiosos com seu impulso para ratificar a nova Constituição em um referendo rápido marcado para 15 de dezembro, após a expansão de seus poderes temporariamente por decreto.

O presidente islâmico disse que agiu para impedir que tribunais ainda repletos de nomeados da era do antecessor autocrático Hosni Mubarak atrapalhem o projeto de Constituição que visa completar uma transição política no país mais populoso do mundo árabe.

A Irmandade Muçulmana, da qual Mursi emergiu para ganhar uma eleição livre, em junho, convocou partidários para uma manifestação em frente ao palácio em resposta ao que ele chamou de "abusos opressivos" por partidos da oposição.


O porta-voz da Irmandade Mahmoud Ghozlan foi citado na sua página do Facebook dizendo que grupos de oposição "imaginavam que poderiam abalar a legitimidade ou impor seus pontos de vista à força".

O líder da oposição de esquerda Hamdeen Sabahy prontamente pediu a seus partidários para ir às ruas.

Cerca de 200 manifestantes acamparam durante a madrugada, bloqueando uma porta para o palácio no norte do Cairo, mas o tráfego estava fluindo normalmente e polícia de choque foi retirada.

"As nossas reivindicações ao presidente: retirar o decreto presidencial e cancelar o referendo sobre a Constituição", dizia um cartaz pendurado por manifestantes em um portão do palácio.

O resto da capital egípcia estava calmo, apesar do furor político sobre o decreto de 22 de novembro em que Mursi concedeu a si mesmo amplos poderes e protegeu suas decisões de contestação judicial.


Enfrentando a crise mais grave dos seus seis meses de mandato, o presidente islâmico não mostrou nenhum sinal de que irá sucumbir à pressão, confiante de que a Irmandade Muçulmana e seus aliados islâmicos podem ganhar o referendo e as eleições parlamentares que o seguirão.

Muitos egípcios anseiam por um fim à agitação política que tem assustado os investidores e os turistas, prejudicando a economia.

Ahmed Kamel, porta-voz do Partido do Congresso, liderado pelo ex-chefe da Liga Árabe, Amr Moussa, disse que Mursi deve atender às demandas da oposição, e não pedir uma contra-manifestação islâmica.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaCairoEgitoMohamed MursiPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame