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Grupo EI reivindica atentado em cidade líbia de Ras Lanuf

O ramo líbio do grupo extremista sunita informou em um comunicado que o ataque foi perpetrado por um combatente estrangeiro que utilizou um carro-bomba

Atentado: um ataque semelhante matou mais de 50 pessoas em um centro de treinamento da polícia em Zliten (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2016 às 09h37.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque suicida que deixou seis mortos, incluindo um bebê, nesta quinta-feira em um posto de controle na cidade de Ras Lanuf, no leste da Líbia .

O ramo líbio do grupo extremista sunita informou em um comunicado que o ataque foi perpetrado por um combatente estrangeiro que utilizou um carro-bomba.

Mais cedo, um ataque semelhante matou mais de 50 pessoas em um centro de treinamento da polícia em Zliten, localizada cerca de 170 km a leste de Tripoli.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade por esse ataque, o mais sangrento desde a revolução que derrubou em 2011, com a ajuda de uma intervenção internacional, o líder líbio Muammar Khaddafi.

Desde a queda e morte de Khaddafi, executado pelos rebeldes, a Líbia está afundada no caos, com dois governos rivais que disputam o poder: um no leste, reconhecido pela comunidade internacional, e outro na capital Tripoli, ligado à coalizão de milícias Fajr Líbia.

Preocupados com a possibilidade de que os jihadistas estão estabelecendo um novo reduto às portas da Europa, os países ocidentais insistem há meses sobre a urgência de se chegar a uma solução para unir as facções rivais que controlam o país norte-africano.

Em 17 de dezembro, os membros dos dois parlamentos e representantes da sociedade civil líbia assinaram um acordo supervisionado pela ONU para a formação de um governo de unidade nacional com sede em Tripoli.

Esse pacto não conta, no entanto, com o total apoio das duas câmaras, e os líderes dos parlamentos advertiram que os signatários não tinham legitimidade para cumprir os compromissos.

'Unidade é o melhor caminho'

Depois dos atentados de quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou que tais "atos criminosos são um lembrete importante da urgência da implementação do acordo político da Líbia e formar um governo de unidade nacional".

"A unidade é o melhor caminho para que os líbios enfrentem o terrorismo em todas as suas formas", ressaltou Ban.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, vai se reunir nesta sexta-feira com os políticos líbios, incluindo Fayez al-Sarraj, designado como o futuro primeiro-ministro do governo de unidade nacional, segundo o acordo firmado em dezembro.

"O povo da Líbia merece a paz e a segurança, e tem uma grande chance de colocar de lado suas divisões e trabalhar juntos, unidos, contra a ameaça terrorista que o país enfrenta", afirmou Mogherini na quinta-feira.

Nos últimos meses, aproveitando-se da instabilidade que reina no país, o EI conquistou a cidade de Sirte, 450 km a leste de Tripoli, a partir de onde tenta estender seu controle para outras regiões.

Na segunda-feira, o grupo jihadista lançou uma ofensiva contra o campo de petróleo de Ras Lanuf, a leste de Sirte.

Várias autoridades advertiram que o governo líbio poderia ficar paralisado se os jihadistas conseguirem conquistar o controle dos recursos concentrados na região, chamada "lua média do petróleo".

O EI conta com cerca de 3.000 combatentes na Líbia, segundo a França. Em novembro, o promotor do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, assegurou que o grupo realizou pelo menos 27 ataques na Líbia em 2015.

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O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque suicida que deixou seis mortos, incluindo um bebê, nesta quinta-feira em um posto de controle na cidade de Ras Lanuf, no leste da Líbia .

O ramo líbio do grupo extremista sunita informou em um comunicado que o ataque foi perpetrado por um combatente estrangeiro que utilizou um carro-bomba.

Mais cedo, um ataque semelhante matou mais de 50 pessoas em um centro de treinamento da polícia em Zliten, localizada cerca de 170 km a leste de Tripoli.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade por esse ataque, o mais sangrento desde a revolução que derrubou em 2011, com a ajuda de uma intervenção internacional, o líder líbio Muammar Khaddafi.

Desde a queda e morte de Khaddafi, executado pelos rebeldes, a Líbia está afundada no caos, com dois governos rivais que disputam o poder: um no leste, reconhecido pela comunidade internacional, e outro na capital Tripoli, ligado à coalizão de milícias Fajr Líbia.

Preocupados com a possibilidade de que os jihadistas estão estabelecendo um novo reduto às portas da Europa, os países ocidentais insistem há meses sobre a urgência de se chegar a uma solução para unir as facções rivais que controlam o país norte-africano.

Em 17 de dezembro, os membros dos dois parlamentos e representantes da sociedade civil líbia assinaram um acordo supervisionado pela ONU para a formação de um governo de unidade nacional com sede em Tripoli.

Esse pacto não conta, no entanto, com o total apoio das duas câmaras, e os líderes dos parlamentos advertiram que os signatários não tinham legitimidade para cumprir os compromissos.

'Unidade é o melhor caminho'

Depois dos atentados de quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou que tais "atos criminosos são um lembrete importante da urgência da implementação do acordo político da Líbia e formar um governo de unidade nacional".

"A unidade é o melhor caminho para que os líbios enfrentem o terrorismo em todas as suas formas", ressaltou Ban.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, vai se reunir nesta sexta-feira com os políticos líbios, incluindo Fayez al-Sarraj, designado como o futuro primeiro-ministro do governo de unidade nacional, segundo o acordo firmado em dezembro.

"O povo da Líbia merece a paz e a segurança, e tem uma grande chance de colocar de lado suas divisões e trabalhar juntos, unidos, contra a ameaça terrorista que o país enfrenta", afirmou Mogherini na quinta-feira.

Nos últimos meses, aproveitando-se da instabilidade que reina no país, o EI conquistou a cidade de Sirte, 450 km a leste de Tripoli, a partir de onde tenta estender seu controle para outras regiões.

Na segunda-feira, o grupo jihadista lançou uma ofensiva contra o campo de petróleo de Ras Lanuf, a leste de Sirte.

Várias autoridades advertiram que o governo líbio poderia ficar paralisado se os jihadistas conseguirem conquistar o controle dos recursos concentrados na região, chamada "lua média do petróleo".

O EI conta com cerca de 3.000 combatentes na Líbia, segundo a França. Em novembro, o promotor do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, assegurou que o grupo realizou pelo menos 27 ataques na Líbia em 2015.

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