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Golpe é letal para democracia árabe, diz Nobel da Paz

"A primeira democracia emergente na história do Egito e a primeira na região desde a Primavera Árabe está rapidamente sendo desmantelada", disse ativista

A ativista premio Nobel da Paz Tawakul Karman:"A Primavera Árabe tem a ver com a construção da democracia. Um golpe militar é a antítese disso. Ele mina tudo" (Remo Casilli/Arquivo/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2013 às 09h49.

Cairo - Tawakul Karman, que ganhou um Nobel da Paz por seu ativismo pró-democracia no Iêmen, viu a derrubada do presidente islâmico do Egito , Mohamed Mursi, como um golpe fatal para o movimento democrático árabe.

Mursi, primeiro presidente eleito livremente na história egípcia, foi derrubado por militares em 3 de julho, num fato que "zerou o relógio" dos avanços obtidos desde que uma rebelião popular derrubou o regime de Hosni Mubarak, em janeiro de 2011, disse a ativista iemenita à Reuters, numa entrevista por telefone na noite de segunda-feira.

A derrubada de Mubarak foi parte da chamada Primavera Árabe, série de rebeliões populares que derrubou diversos governos autocráticos no mundo árabe, inclusive no Iêmen.

"A primeira democracia emergente na história do Egito e a primeira na região desde a Primavera Árabe está rapidamente sendo desmantelada", disse a ativista de 34 anos, mãe de três filhos.

Karman foi a primeira mulher árabe e a segunda muçulmana a receber o Nobel da Paz, em 2011, dividindo-o com duas liberianas. Ela foi barrada no Egito em 4 de agosto, após anunciar pelas redes sociais que pretendia participar de uma vigília em favor de Mursi organizada pelo grupo político dele, a Irmandade Muçulmana.

As autoridades egípcias se limitaram a dizer que Karman estava em uma lista de pessoas proibidas de entrarem no país.

"Negar-me a entrada significa apenas uma coisa. O novo governo egípcio está voltando às maneiras autocráticas do passado. Ele não está disposto a tolerar diferenças de opinião", afirmou ela.


Karman descreveu a queda de Mursi como parte de uma contrarrevolução mais ampla que está tomando conta da região, e disse que remanescentes dos regimes destituídos em 2011 e 2012 estão pouco a pouco voltando ao poder.

"A Primavera Árabe tem a ver com a construção da democracia. Um golpe militar é a antítese disso. Ele mina tudo", afirmou ela. "A destruição da revolução do Egito significa a morte da Primavera Árabe." Os militares egípcios alegam que a derrubada de Mursi atendeu ao "anseio popular", já que milhões de pessoas haviam saído às ruas exigindo a renúncia do líder islâmico. Um governo provisório foi empossado com a missão de promover eleições num prazo de nove meses.

Karman, que é integrante da Irmandade Muçulmana iemenita, se tornou uma figura simbolicamente importante na revolução iemenita da Primavera Árabe. Ela foi presa num dos primeiros protestos pró-democracia no país, em janeiro de 2011, num fato que teve grande repercussão e contribuiu para o crescimento da revolta popular.

Cairo - Tawakul Karman, que ganhou um Nobel da Paz por seu ativismo pró-democracia no Iêmen, viu a derrubada do presidente islâmico do Egito , Mohamed Mursi, como um golpe fatal para o movimento democrático árabe.

Mursi, primeiro presidente eleito livremente na história egípcia, foi derrubado por militares em 3 de julho, num fato que "zerou o relógio" dos avanços obtidos desde que uma rebelião popular derrubou o regime de Hosni Mubarak, em janeiro de 2011, disse a ativista iemenita à Reuters, numa entrevista por telefone na noite de segunda-feira.

A derrubada de Mubarak foi parte da chamada Primavera Árabe, série de rebeliões populares que derrubou diversos governos autocráticos no mundo árabe, inclusive no Iêmen.

"A primeira democracia emergente na história do Egito e a primeira na região desde a Primavera Árabe está rapidamente sendo desmantelada", disse a ativista de 34 anos, mãe de três filhos.

Karman foi a primeira mulher árabe e a segunda muçulmana a receber o Nobel da Paz, em 2011, dividindo-o com duas liberianas. Ela foi barrada no Egito em 4 de agosto, após anunciar pelas redes sociais que pretendia participar de uma vigília em favor de Mursi organizada pelo grupo político dele, a Irmandade Muçulmana.

As autoridades egípcias se limitaram a dizer que Karman estava em uma lista de pessoas proibidas de entrarem no país.

"Negar-me a entrada significa apenas uma coisa. O novo governo egípcio está voltando às maneiras autocráticas do passado. Ele não está disposto a tolerar diferenças de opinião", afirmou ela.


Karman descreveu a queda de Mursi como parte de uma contrarrevolução mais ampla que está tomando conta da região, e disse que remanescentes dos regimes destituídos em 2011 e 2012 estão pouco a pouco voltando ao poder.

"A Primavera Árabe tem a ver com a construção da democracia. Um golpe militar é a antítese disso. Ele mina tudo", afirmou ela. "A destruição da revolução do Egito significa a morte da Primavera Árabe." Os militares egípcios alegam que a derrubada de Mursi atendeu ao "anseio popular", já que milhões de pessoas haviam saído às ruas exigindo a renúncia do líder islâmico. Um governo provisório foi empossado com a missão de promover eleições num prazo de nove meses.

Karman, que é integrante da Irmandade Muçulmana iemenita, se tornou uma figura simbolicamente importante na revolução iemenita da Primavera Árabe. Ela foi presa num dos primeiros protestos pró-democracia no país, em janeiro de 2011, num fato que teve grande repercussão e contribuiu para o crescimento da revolta popular.

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