Furacão Katrina aumenta chances de crise mundial de energia
Danos causados à infra-estrutura americana de extração e refino de petróleo, instalada no Golfo do México, podem afetar demais países
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2011 às 13h23.
Os prejuízos causados pela passagem do furacão Katrina pelo Golfo do México aumentaram as chances de uma crise mundial de energia, segundo o americano The Wall Street Journal. A região abriga um quarto da produção americana de petróleo, além de refinarias e oleodutos que abastecem o país. Os Estados Unidos consomem cerca de 25% da produção mundial de petróleo. Além disso, ao lado da China, é o país que sustenta a atual expansão econômica mundial. Por isso, os especialistas afirmam que um eventual solavanco na economia americana, causada pela falta de combustíveis fósseis, será sentida em todo o planeta.
A tempestade reduziu a capacidade de refino de petróleo do país em cerca de 2 milhões de barris diários, dos quais, 1 milhão de barris de gasolina. O volume equivale a 10% ao consumo diário do combustível pelos americanos. Quatro refinarias que, em conjunto, respondem por 5% do refino de petróleo ficarão fechadas por, pelo menos, um mês. As demais instalações, que representam os outros 5% da produção de gasolina, devem ser reabertas nos próximos dias ou semanas.
A decisão do governo americano de liberar parte das reservas estratégicas de petróleo (uma espécie de estoque de emergência) está ajudando algumas refinarias a retomar as atividades. Mas a situação só voltará efetivamente ao normal quando a infra-estrutura de produção for reparada e estiver em condições de fornecer mais petróleo ao país.
Segundo estimativas da consultoria Macroeconomic Advisers, o Katrina reduzirá a taxa de crescimento do PIB em 0,5 a 0,7 ponto percentual no terceiro e no quatro trimestres deste ano. Antes do furacão, esperava-se que os Estados Unidos crescessem 4,3% entre julho e setembro e 3,6% no último trimestre. "O aumento dos preços da energia irá corroer a renda real e, pelo menos temporariamente, reduzir a demanda agregada", diz relatório da consultoria.