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Frio ártico toma conta do nordeste dos EUA após ciclone bomba

Embora tenha parado de nevar, haverá temperaturas amargamente frias e tempestades perigosas nos próximos dois dias

Nova York: Os dois aeroportos de Nova York, que haviam fechado suas pistas, reabriram nesta sexta (Brendan McDermid/Reuters)

Nova York: Os dois aeroportos de Nova York, que haviam fechado suas pistas, reabriram nesta sexta (Brendan McDermid/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 18h40.

Última atualização em 5 de janeiro de 2018 às 19h50.

Uma onda de frio que pode congelar estradas com neve, provocar acidentes e complicar ainda mais a vida das pessoas em situação de rua atinge nesta sexta-feira (5) a costa leste dos Estados Unidos depois da passagem de um "ciclone bomba".

"A costa leste amanheceu com um frio ártico esta manhã" depois do incomum ciclone provocado por uma queda drástica da pressão atmosférica, um processo conhecido "bombogênesis", indicou o Serviço Nacional do Clima (SNC).

Embora tenha parado de nevar, "haverá temperaturas amargamente frias e tempestades perigosas nos próximos dois dias", detalhou.

O SNC prevê temperaturas de cerca de -20ºC em grande parte da costa leste, e até de -40ºC mais ao norte, do Maine a New Hampshire.

Por conta deste ciclone, que inicialmente atingiu o sul dos Estados Unidos provocando a primeira neve em três décadas na Flórida, mais de 5.500 voos foram cancelados em todo o país desde quinta-feira.

Os dois aeroportos de Nova York, que haviam fechado suas pistas, reabriram nesta sexta, mas 20% dos voos no aeroporto John F. Kennedy (JFK) foram cancelados, assim como cerca de 30% em Boston, segundo o site FlightAware.

Em Boston, ondas geladas invadiram o porto, uma zona turística e uma estação de metrô, que recebeu quase um metro de água nas maiores inundações na cidade em 40 anos.

Na Virgínia, mais de 40.000 pessoas sofreram cortes de eletricidade, e outras milhares ficaram sem luz ao longo da costa, entre eles 10.000 moradores de Massachusetts.

Em vários estados foi declarado estado de emergência, que incluiu a cidade de Nova York, assim como Westchester e Long Island.

Chuva de iguanas

Na Flórida, a incomum onda de frio com temperaturas de 0ºC a 4ºC provocou, além da neve, uma chuva muito diferente: congeladas, as iguanas caíam das árvores. Mas este é um comportamento normal nas iguanas, que são uma espécie invasiva na Flórida.

"A cerca de 4ºC, as iguanas verdes podem ficar imóveis pela falta de fluxo sanguíneo. As iguanas grandes se tornam muito lentas e, inclusive, caem das árvores com 10ºC", explicou à AFP Sarah Lessard, porta-voz da Comissão para a Conservação da Pesca e Vida Silvestre na Flórida (FWC).

"À medida que se aquecerem, começarão a se mover novamente", disse Lessard nesta sexta. "Mas estimulamos que a população não 'resgate' as iguanas congeladas levando-as para suas casas. São animais selvagens e podem tentar se defender".

A "Big Apple", que na quinta-feira recebeu quase 25 centímetros de neve, amanheceu nesta sexta ensolarada e com o céu limpo, mas, como em Boston, o termômetro marca -12ºC.

As escolas reabriram em Nova York - embora permaneçam fechadas em parte de Massachusetts - e milhares de funcionários usavam pás e caminhões para retirar a neve suja das ruas e calçadas.

O ar do Ártico, junto com fortes ventos, às vezes superiores a 60 km/h, pode baixar a temperatura corporal e provocar hipotermia, advertiu o SNC.

A costa leste é atingida por uma onda de frio com temperaturas muito abaixo da média desde depois do Natal. Mas dentro de seis a 10 dias, os termômetros subirão e ficarão acima da média, vaticinou o SNC. "Boas notícias após muitas semanas de frio atroz".

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