Fidel Castro admite erros da revolução, menos a traição
Apesar do mea culpa, ex-presidente da ilha disse que continua de pé, apesar da "política de agressão" dos EUA
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 14h12.
Havana - O líder cubano Fidel Castro, que governou Cuba durante 48 anos, admitiu nesta quinta-feira que a revolução cometeu erros, mas nunca traição, e destacou que "continua de pé" apesar da política de agressão dos Estados Unidos.
"Nós, revolucionários cubanos, cometemos erros, e continuamos cometendo, mas jamais cometeremos o erro de ser traidores", disse Castro, de 84 anos, que se afastou do poder há quatro anos por motivos de saúde.
"Nunca escolhemos a ilegalidade, a mentira, a demagogia, o engano do povo, a simulação, a hipocrisia, o oportunismo, o suborno, a ausência total de ética, os abusos de poder, incluindo o crime e as torturas repugnantes", afirmou.
Em um artigo publicado na imprensa local sobre a crise alimentar mundial, acrescentou que "talvez o principal erro de idealismo cometido foi pensar que no mundo havia uma determinada quantidade de justiça e e de respeito ao direito dos povos quando, certamente, não existia absolutamente".
Lembrando a crise dos mísseis (1962) e a invasão da Baía dos Porcos (1961), o líder comunista afirmou que a revolução "se mantém de pé" apesar da política mantida durante meio século por 11 presidentes na Casa Branca.
"Desapareceu a URSS (União Soviética), e a revolução seguiu adiante. Não foi feita com a permissão dos Estados Unidos, e sim submetida a um bloqueio cruel e impiedoso".