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Exército inicia operação no aeroporto de Donetsk

Exército ucraniano anunciou o início de uma operação antiterrorista com helicópteros de combate para retomar o controle do aeroporto estratégico de Donetsk


	Pró-russos no telhado do aeroporto de Donetsk, Ucrânia: voos foram cancelados
 (Alexander Khudoteply/AFP)

Pró-russos no telhado do aeroporto de Donetsk, Ucrânia: voos foram cancelados (Alexander Khudoteply/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2014 às 17h16.

Donetsk - O Exército ucraniano anunciou nesta segunda-feira o início de uma "operação antiterrorista" com helicópteros de combate para retomar o controle do aeroporto estratégico de Donetsk dos rebeldes pró-Rússia.

"Iniciamos uma operação antiterrorista às 13H00 (7H00 de Brasília), quando terminou o ultimato dado aos pró-Rússia para abandonar o aeroporto", disse uma fonte militar.

Um correspondente da AFP ouviu uma explosão e tiros esporádicos no complexo aeroportuário, onde também era possível escutar o som de aeronaves de combate.

Um jornalista da AFP constatou uma explosão e tiros esporádicos no complexo aeroportuário, onde se podia ouvir também o som de aeronaves de combate.

Vários aviões de combate ucranianos Sukhoi Su-25 e Mikoyan Mig-29 participam nesta operação.

"Paraquedistas em helicópteros Mi-28 estão limpando o território", indicou à AFP um porta-voz da célula regional responsável pela operação.

Vladislav Seleznev, um porta-voz do exército ucraniano, informou em seu Facebook que os aviões ucranianos destruíram um sistema de defesa antiaéreo instalado no aeroporto e utilizado contra as forças ucranianas.

O principal terminal do aeroporto foi atingido por tiros de helicópteros, constatou um jornalista da AFP.

Aeroporto invadido sem violência

O local foi atacado durante a noite por dezenas de homens armados que se identificaram como representantes da "República Popular de Donetsk". Sem encontrar resistência e sem violência, os rebeldes pediram às tropas ucranianas que guardavam o recinto para que fossem embora.

Na sequência, o aeroporto foi evacuado e fechado, e todos os voos foram cancelados.


Três caminhões com cerca de uma centena de homens armados vestindo uniformes militares e alguns com uma fita preta e laranja de Saint-Georges, símbolo dos rebeldes, chegaram como reforços nesta manhã entrando nas instalações do aeroporto.

Poucas horas após a vitória do bilionário Petro Poroshenko à presidência da Ucrânia e o anúncio de que ele visitaria a região mineradora de Donbass, que inclui Donetsk e Lugansk, duas localidades reduto da insurgência armada pró-russa, a mensagem enviada pelos separatistas ao futuro presidente foi clara: você não aterrissará aqui.

"O aeroporto não estava sob nosso controle, mas tivemos que mudar a situação", porque "mercenários chegavam em nosso território" por esta porta, explicou durante coletiva de imprensa Denis Puchiline, um dos líderes separatistas de Donetsk.

Para os separatistas, o presidente Porochenko é "ilegítimo". Eles continuam a exigir a retirada das tropas ucranianas de "suas terras" e proclamaram a lei marcial na região.

"As pessoas daqui não querem ver Porochenko"

"A situação está se agravando no terreno. Não é muito inteligente da parte de Poroshenko querer vir, porque as pessoas aqui não querem vê-lo", considerou Puchiline.

"Um diálogo (com Kiev) só é possível na presença de mediadores, e o único mediador possível é a Rússia", acrescentou, ao pedir duas condições: a troca de prisioneiros e a retirada das tropas ucranianas de Donbass.

Nas ruas de Donetsk, aqueles que apoiam os rebeldes fazem pouco caso da eleição do novo presidente.

"O povo de Kiev, que matou cidadãos inocentes no sul e no leste do país, não importa o que escolha como presidente. Isso não nos interessa, não temos nada a ver com eles. Agora nós temos a nossa jovem República Popular de Donetsk", diz Galina, que distribui jornais em frente ao edifício da administração regional, tomado pelos rebeldes.

E, pela primeira vez desde o início da insurgência na região, em algumas empresas, muitas das quais do oligarca e homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, os funcionários foram convidados a ficar em casa.

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