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Ex-diretor do FBI confirma que Trump pediu fim de investigação

Comey detalhará os memorandos que escreveu sobre os encontros particulares com Trump em um testemunho escrito que será lido amanhã

Ex-diretor do FBI James Comey (Joshua Roberts/Reuters)
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EFE

Publicado em 7 de junho de 2017 às 15h54.

Última atualização em 7 de junho de 2017 às 16h08.

Washington - O ex-diretor do FBI James Comey afirmará em audiência no Comitê de Inteligência do Senado dos Estados Unidos que o presidente do país, Donald Trump , pediu que ele deixasse de investigar as ligações do ex-assessor de Segurança Nacional Michael Flynn com a Rússia.

Comey detalhará os memorandos que escreveu sobre os encontros particulares com Trump em um testemunho escrito que será lido amanhã e que foi publicado antecipadamente nesta quarta-feira pelo Senado.

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"Espero que você veja seu caminho claramente para deixar isso de lado, para deixar que Flynn vá embora. Ele é um bom homem", disse Trump a Comey, segundo as anotações feitas pelo ex-diretor do FBI após os encontros e que serão citadas no depoimento no Senado.

O ex-diretor do FBI detalhará aos senadores como Trump o convidou para um jantar na Casa Branca pouco depois da posse. Em princípio, parecia que mais membros do governo participariam do encontro, algo que não se confirmou. Então, o presidente perguntou a Comey sobre sua intenção de continuar no cargo.

"O presidente começou me perguntando se eu queria continuar sendo diretor do FBI, o que me pareceu estranho porque ele já tinha me dito duas vezes em conversas anteriores que esperava que eu ficasse, e eu tinha afirmado que tinha a intenção de fazê-lo. Ele disse que muita gente gostava do meu trabalho, mas, dada a pressão do ano anterior, ele entenderia se eu quisesse sair", escreveu Comey.

"Meu instintos me disseram que esse encontro a sós, e a pretensão de que nossa primeira discussão fosse sobre meu cargo, significava que o jantar era, ao menos em parte, um esforço para que eu pedisse para seguir no cargo e criar um tipo de relação patronal. Isso me preocupou muito, dada a posição tradicionalmente do FBI em relação ao Executivo", continuou o ex-diretor.

Segundo as anotações reveladas hoje, Comey reiterou o desejo de cumprir seu mandato de dez anos como diretor do órgão, cargo que assumiu em 2013. Na sequência, o ex-diretor disse que Trump sempre poderia contar com sua "honestidade" para dizer-lhe a verdade.

"Poucos momentos mais tarde, o presidente disse: 'Preciso de lealdade, espero lealdade'. Não me movi, falei ou mudei minha expressão facial durante o incômodo silêncio que se seguiu. Simplesmente olhamos um para o outro em silêncio. A conversa então avançou, mas ele voltou ao tema perto do fim do jantar", disse.

O conteúdo das conversas, escritas nos memorandos que serão apresentados ao Senado, foram parcialmente antecipadas por vazamentos ao "The New York Times" e ao "The Washington Post", mas Comey não tinha confirmado os fatos publicamente até então.

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