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Everest passará por medição para checar alterações após terremoto

Os resultados, que devem ser divulgados em cerca de dois anos, revelarão se a altura do Everest sofreu alguma modificação pelo terremoto e suas réplicas

Everest: o terremoto de abril de 2015 deixou 9 mil mortos (DanielPrudek/Thinkstock)
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EFE

Publicado em 16 de junho de 2017 às 11h58.

Katmandu - O Departamento de Cartografia (Dos) do Nepal iniciou a medição do Everest, estabelecida em 1954 em 8.848 metros pelo topógrafo indiano B.L Gulatee, para determinar se sofreu alguma alteração após o terremoto de abril de 2015, que deixou 9 mil mortos.

"Começamos a primeira fase de medição, denominada nivelamento", indicou nesta sexta-feira à Agência Efe o diretor-geral do DoS, Ganesh Prasad Bhatta, sobre um processo que entrou em andamento no domingo em Bansghari, a 140 quilômetros ao sul do pico mais alto do mundo.

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Os resultados, que devem ser divulgados em cerca de dois anos, revelarão se a altura do Everest experimentou alguma modificação por causa do terremoto e suas réplicas e pelo contínuo deslocamento das placas tectônicas, como sugeriram diferentes estudos, detalhou Bhatta.

O projeto utilizará a tecnologia mais avançada para realizar medições gravimétricas e de altura, avaliações matemática e inspeções com GPS.

"Contaremos com ajuda de especialistas e cientistas internacionais, ao mesmo tempo que utilizaremos a última geração de equipamentos para realizar a medição", afirmou o diretor-geral, ao confirmar a participação da Associação Internacional de Geodesia.

O diretor-geral descartou, no entanto, o envolvimento do Serviço de Cartografia da Índia, um organismo dependente do Departamento de Ciência e Tecnologia do Governo de Nova Délhi, que em janeiro anunciou unilateralmente que este ano mediria a montanha mais alta do mundo.

O projeto do Nepal requerer um investimento de cerca de de US$ 1,4 milhão, dos quais por enquanto o Governo de Katmandu outorgou ao DoS cerca de US$ 194 mil.

O "teto do mundo" foi situado em 1954 pelo topógrafo indiano B.L Gulatee em 8.848 metros, uma medida retificada em 1975, quando o Nepal e a China reconheceram a fronteira compartilhada e fixaram a altura do pico em 8.848,13 metros.

Em 1999, uma equipaeda Sociedade Nacional Geográfica dos EUA determinou utilizando tecnologia GPS que o Everest media 8.850 metros, mais um de neve.

E em 2006, a China rebaixou ligeiramente a altura ao anunciar que, segundo os seus estudos, a montanha mais alta do mundo tinha na realidade 8.844,4 metros, aos quais deviam se somar 3,5m de neve.

Quase dois meses após o terremoto que atingiu o Nepal em abril de 2015, cientistas chineses da Administração Nacional de Cartografia e Informação Geológica asseguraram que após o tremor o "teto do mundo" se deslocou três centímetros em direção sudoeste, enquanto sua altura não apresentou mudanças.

Acredita-se que a cordilheira do Himalaia aumente a cada ano cerca de quatro milímetros devidos ao movimento das placas tectônicas.

O Himalaia se formou há 50 milhões de anos a partir do choque das placas indo-asiática e eurasiática, um movimento tectônico que transforma esta zona em uma das mais ativas desde o ponto de vista sísmico.

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