Presidente dos EUA, Barack Obama: última vez que os Estados Unidos aumentaram o número de tropas no Iraque foi em novembro do ano passado (REUTERS/Kevin Lamarque/Files)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2015 às 06h45.
Washington - Os Estados Unidos planejam estabelecer uma nova base militar na província de Al Anbar, no Iraque, e enviar mais tropas para realizar trabalhos de treinamento e assessoria das forças iraquianas na luta contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), informou nesta terça-feira a imprensa americana.
Tanto o "New York Times" como o "Wall Street Journal" publicaram a informação citando fontes não reveladas de funcionários do primeiro escalão do governo de Barack Obama, mas o número de novos soldados que o presidente cogitaria enviar ao Iraque varia de um caso a outro.
Enquanto o "New York Times" afirmou que são 400 os novos efetivos que Obama quer enviar para se juntarem às tropas já mobilizadas no Iraque, que assessoram e treinam o Exército iraquiano, o "Wall Street Journal" elevou este número para 500.
A última vez que os Estados Unidos aumentaram o número de tropas no Iraque foi em novembro do ano passado, quando Obama decretou o envio de 1.500 novos soldados, elevando o número total de militares americanos no país asiático para 3.080.
Segundo o "New York Times", um dos objetivos principais deste novo envio de tropas e do estabelecimento de uma base em Al Anbar é ajudar as forças iraquianas a retomar a cidade de Al Ramadi, que é controlada pelo Estado Islâmico desde 17 de maio.
Segundo essa mesma publicação, a decisão implicaria uma mudança na estratégia americana no Iraque, que há meses tinha como principal objetivo a captura da cidade de Mossul, no norte do país, ainda neste ano.
Após a queda de Al Ramadi, capital de Al Anbar, as forças americanas teriam decretado agora a campanha em Al Anbar como prioridade, adiando a possível tomada de Mossul para 2016.
No dia 17 de maio, o EI assumiu o controle de Al Ramadi, situada a cerca de 100 quilômetros a oeste de Bagdá, surpreendendo o governo iraquiano, que se preparava, desde abril, para expulsar os jihadistas dessa região.
Segundo a Organização Internacional de Migrações (OIM), a escalada de violência em Al Ramadi nos dias anteriores a sua tomada por parte do EI forçou a fuga de mais de 133 mil pessoas.
Por sua vez, as Forças de Segurança iraquianas e a milícia xiita Multidão Popular avançam agora rumo a Al Ramadi partindo de três eixos, uma estratégia pensada para cortar as linhas de abastecimento do EI na cidade.