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EUA negam ter havido expurgos anti-russos na Crimeia

País negou a insinuação do Kremlin de que expurgos contra cidadãos de origem russa na Crimeia estão sendo preparados

Homem armado, que se acredita estar a serviço da Rússia, monta guarda no em frente a uma área militar ucraniana na cidade de Sevastopol, na região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters)

Homem armado, que se acredita estar a serviço da Rússia, monta guarda no em frente a uma área militar ucraniana na cidade de Sevastopol, na região da Crimeia (David Mdzinarishvili/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 23h18.

Washington - Os Estados Unidos negaram nesta sexta-feira a insinuação do Kremlin de que expurgos contra cidadãos de origem russa na Crimeia estão sendo preparados, razão que teria motivado a Rússia a intervir nessa região autônoma da Ucrânia.

A porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, insistiu nesta sexta-feira em sua entrevista coletiva diária de que os "os comentários não coincidem com os fatos no terreno" e reiterou que o Kremlin está utilizando afirmações falsas para justificar sua presença na península.

"Não há evidência disso. Sei que fizeram acusações sobre ultranacionalistas de extrema direita e os passos que estiveram tomando. Algumas organizações respeitadas nos Estados Unidos, incluída a Liga Anti-Difamação, expressaram sua preocupação pela retórica utilizada, e que, claro, condenamos", disse.

O argumento dos expurgos foi dado por Dimitri Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista ao Canal Um da televisão russa.

"Não se deve forçar a imaginação para entender o que acontecerá se aqueles que deram o golpe de Estado em Kiev chegarem ao leste (da Ucrânia) e à Crimeia. Temo que no caso da Crimeia começarão os expurgos", assinalou.

Peskov advertiu que o poder instalado em Kiev desde final de fevereiro "negue a uma parte do povo ucraniano seu direito à autodeterminação, à uma decisão legítima e a tomar ações para defender sua dignidade e segurança".

"Entendemos os temores que reinam agora no leste da Ucrânia", ressaltou Peskov, que reiterou o argumento esgrimido por Putin de que a "Rússia não ficará impassível se um perigo mortal pender sobre os russos em alguma parte do mundo, sobretudo na vizinha Ucrânia".

Psaki reiterou nesta sexta-feira que a prioridade para a comunidade internacional é fazer com que Ucrânia e Rússia voltem à mesa de negociações e se abra um diálogo para resolver o conflito.

O Conselho Superior da Crimeia (parlamento regional) decidiu na quinta-feira paela reunificação com a Rússia, da qual fez parte até 1954, e convocou um referendo sobre esta questão para o próximo dia 16.

O presidente americano, Barack Obama, advertiu horas mais tarde que esse referendo violaria o direito internacional e a constituição da Ucrânia, e solicitou a presença de observadores internacionais para mediar a relação entre os dois países.

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