Estados Unidos declaram o Irã como 'jurisdição de lavagem de dinheiro'
Foi aprovada também a imposição de sanções a qualquer pessoa que proporcione bens, serviços, tecnologia ou apoio à indústria petroquímica do Irã
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2011 às 22h03.
Washington - O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos declarou nesta segunda-feira o Irã como 'jurisdição de preocupação prioritária por lavagem de dinheiro', designação que expõe o país a sanções a todo o seu sistema bancário, incluindo o Banco Central.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, anunciaram, além disso, a imposição de sanções a qualquer pessoa que proporcione bens, serviços, tecnologia ou apoio à indústria petroquímica do Irã.
Atualmente, a denominação de 'jurisdição de lavagem de dinheiro', baseada em uma lei antiterrorista de 2001, se aplica unicamente a seis entidades bancárias de todo o mundo, e só outro país, Mianmar, recebeu a imposição em todo o território.
'Pela primeira vez, o Tesouro identificou todo o setor financeiro iraniano, incluindo o Banco Central, os bancos privados e seus subsidiários que operam fora do país, como entidades que apresentam riscos financeiros ilícitos para o sistema financeiro global', disse Geithner em entrevista coletiva.
A medida não representa a aplicação imediata de sanções contra o Banco Central do Irã, mas sim dá autoridade ao Tesouro para fazer isso no futuro, além de advertir os bancos de todo o mundo que mantêm transações com qualquer entidade iraniana 'que correm o risco de serem declarados ilegais', ainda de acordo com o secretário.
Além disso, os EUA impuseram sanções contra 11 pessoas e entidades por 'ajudarem os programas nucleares proibidos do Irã, incluindo o enriquecimento de urânio e os programas de água pesada', disse Hillary.
Entre os afetados, estão a Companhia de Combustível para Reatores Nucleares (SUREH), as empresas Noor Afzar Gostar e Yasa Part, que supostamente fornecem ao Irã materiais para pesquisa nuclear, e o Grupo Fulmen, que teria cooperado no programa encoberto de enriquecimento de urânio de 2006 a 2008.
Todos eles ficaram sujeitos a sanções do Departamento de Estado, que congelam seus ativos sob jurisdição americana e proíbem qualquer cidadão do país de manter transações com eles, enquanto o Tesouro tomou essas mesmas ações contra outras sete empresas e indivíduos.
Entre eles, se encontra Javad Rahiqi, responsável pela usina nuclear de Isfahan, que os EUA consideram o centro de desenvolvimento de combustível nuclear do país e que já foi punido pela ONU no ano passado com a proibição de viajar ao exterior. Também foram punidos o contratista nuclear Neka Novin e outras cinco empresas.
Para justificar as sanções, Hillary fez referência ao recente relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre as capacidades nucleares do Irã, e a declaração da sexta-feira na qual expressava sua 'profunda e crescente preocupação' pelos indícios de que o país do Oriente Médio trabalha para desenvolver bombas atômicas.
'O relatório da AIEA não é os EUA ou a União Europeia fazendo acusações, é o resultado de uma investigação independente', destacou a secretária. EFE
Washington - O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos declarou nesta segunda-feira o Irã como 'jurisdição de preocupação prioritária por lavagem de dinheiro', designação que expõe o país a sanções a todo o seu sistema bancário, incluindo o Banco Central.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, anunciaram, além disso, a imposição de sanções a qualquer pessoa que proporcione bens, serviços, tecnologia ou apoio à indústria petroquímica do Irã.
Atualmente, a denominação de 'jurisdição de lavagem de dinheiro', baseada em uma lei antiterrorista de 2001, se aplica unicamente a seis entidades bancárias de todo o mundo, e só outro país, Mianmar, recebeu a imposição em todo o território.
'Pela primeira vez, o Tesouro identificou todo o setor financeiro iraniano, incluindo o Banco Central, os bancos privados e seus subsidiários que operam fora do país, como entidades que apresentam riscos financeiros ilícitos para o sistema financeiro global', disse Geithner em entrevista coletiva.
A medida não representa a aplicação imediata de sanções contra o Banco Central do Irã, mas sim dá autoridade ao Tesouro para fazer isso no futuro, além de advertir os bancos de todo o mundo que mantêm transações com qualquer entidade iraniana 'que correm o risco de serem declarados ilegais', ainda de acordo com o secretário.
Além disso, os EUA impuseram sanções contra 11 pessoas e entidades por 'ajudarem os programas nucleares proibidos do Irã, incluindo o enriquecimento de urânio e os programas de água pesada', disse Hillary.
Entre os afetados, estão a Companhia de Combustível para Reatores Nucleares (SUREH), as empresas Noor Afzar Gostar e Yasa Part, que supostamente fornecem ao Irã materiais para pesquisa nuclear, e o Grupo Fulmen, que teria cooperado no programa encoberto de enriquecimento de urânio de 2006 a 2008.
Todos eles ficaram sujeitos a sanções do Departamento de Estado, que congelam seus ativos sob jurisdição americana e proíbem qualquer cidadão do país de manter transações com eles, enquanto o Tesouro tomou essas mesmas ações contra outras sete empresas e indivíduos.
Entre eles, se encontra Javad Rahiqi, responsável pela usina nuclear de Isfahan, que os EUA consideram o centro de desenvolvimento de combustível nuclear do país e que já foi punido pela ONU no ano passado com a proibição de viajar ao exterior. Também foram punidos o contratista nuclear Neka Novin e outras cinco empresas.
Para justificar as sanções, Hillary fez referência ao recente relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre as capacidades nucleares do Irã, e a declaração da sexta-feira na qual expressava sua 'profunda e crescente preocupação' pelos indícios de que o país do Oriente Médio trabalha para desenvolver bombas atômicas.
'O relatório da AIEA não é os EUA ou a União Europeia fazendo acusações, é o resultado de uma investigação independente', destacou a secretária. EFE