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Equador retoma ativos de petrolífera americana

Maior investidor privado do país, a californiana Occidental Petroleum teve seu contrato cancelado unilateralmente pelo governo de Quito

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h38.

A onda nacionalista, que começou na Venezuela de Hugo Chávez e passou pela Bolívia de Evo Morales, chegou agora ao Equador. O governo equatoriano anunciou, nesta segunda-feira (15/5), o cancelamento do contrato com a Occidental Petroleum, empresa americana que é a maior investidora estrangeira no país. Tradicional aliado dos Estados Unidos na América do Sul, Quito cedeu às pressões populares, estimuladas pela recente nacionalização do setor energético da Bolívia.

"Atendemos à demanda da Petroecuador [petrolífera estatal] e da população em geral e declaramos nulo o contrato", afirmou Ivan Rodriguez, ministro de Energia do país. De acordo com o jornal britânico Financial Times, Quito cedeu à pressão das parcelas mais pobres da população, formadas sobretudo pelos grupos indígenas, que reclamam a expulsão da Occidental, a reforma do setor energético e o uso da renda gerada pelo petróleo para atenuar a situação das regiões mais carentes do país, como a amazônica. Outro motivo seria apoiar a petrolífera estatal. Entre 2001 e 2005, a produção de óleo cru do país cresceu 31%, mas a fatia de mercado da Petroecuador recuou de 56% para 38%.

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Embora o Equador tenha retomado os ativos da empresa americana, o governo apressou-se em afirmar que não pretende seguir o caminho de Chávez e Morales e nacionalizar totalmente a indústria petrolífera. Além da Occidental, outras companhias que possuem uma presença importante no país são a Chinese National Petroleum Coporation, a espanhola Repsol - atingida pela nacionalização boliviana - e a italiana Agip.

A Occidental é a maior empresa petrolífera do Equador. Seus investimentos somam 900 milhões de dólares e sua produção representa 14% dos 538 000 barris diários que o país extrai. Em nota, a Occidental informou que o Equador representa cerca de 7% da produção total da companhia, além de 3% de suas reservas comprovadas. Apesar do impacto sobre os negócios, a empresa afirma que ainda confia em um "acordo amigável" com o governo.

Segundo o FT, a medida também abalará as relações entre Quito e Washington. Mais da metade das exportações de petróleo do Equador vão para os Estados Unidos.

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