Idosos são vacinados: a redução do consumo de sal e a política contra o tabagismo podem ser algumas das medidas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2014 às 06h56.
Os sistemas de saúde terão que fazer frente ao desafio que representa o envelhecimento da população, em particular nos países mais pobres, adverte a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quinta-feira, em uma série de estudos publicados na respeitada revista médica The Lancet.
Em 2020, pela primeira vez na História, o número de pessoas com 60 anos ou mais no mundo superará o de crianças com menos de cinco anos. Uma em cada sete pessoas será idosa, então. Em 2050, a população acima dos 60 anos será de dois bilhões de pessoas (uma em cada cinco) contra os 841 milhões atuais, destacou o departamento de estatísticas da OMS neste estudo.
"O envelhecimento dominará a ordem do dia das políticas de saúde", declarou à imprensa, em Genebra, o doutor Sommath Chatterji, coordenador do estudo.
"Nos países com renda baixa ou média, os serviços de saúde não são formados para tratar de pessoas idosas", observou o doutor Tiers Boerma, diretor do departamento de estatísticas da OMS.
Ele destacou que os problemas de saúde destas pessoas são múltiplos e crônicos, citando por ordem de causas de óbito o câncer, as doenças respiratórias, a artrose, problemas mentais e neurológicos.
O número de pessoas afetadas por demência, por exemplo, deve passar dos atuais 44 milhões para 135 milhões em 2050.
Uma das soluções será o desenvolvimento da "cobertura universal de saúde", que a OMS preconiza, mas que pode ser diferente de um país para o outro. "Não existe um modelo único", disse o doutor Boerma.
As medidas não precisam, obrigatoriamente, ser caras, como por exemplo, a redução do consumo de sal e a política contra o tabagismo, destacaram os especialistas.
Outras medidas consistem em criar clínicas móveis para as populações rurais, ampliar a difusão das vacinas e dar orientações para uma vida saudável.