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Entenda as eleições – entre aspas – na Coreia do Norte

O pleito na ditadura asiática acontece nesse domingo (9) e o único nome na urna será o do ditador Kim Jong-un

Kim Jong-Un discursa durante cerimônia: país vota nesse domingo (9) (AFP)

Guilherme Dearo

Publicado em 7 de março de 2014 às 14h08.

São Paulo – No domingo (9), será dia de eleições na ditadura da Coreia do Norte . Melhor dizendo: “eleições”.

A cada cinco anos, os norte-coreanos vão às urnas para as eleições parlamentares e escolhem quem irá lhes representar.

Mas é claro: o líder Kim Jong-un e seus escolhidos serão os únicos candidatos possíveis.

No domingo, eleitores de 687 “zonas” vão escolher representantes no parlamento, que irão servir à Assembleia Popular Suprema.

A APS é o maior órgão do partido comunista norte-coreano. Ele quem, teoricamente, legisla.

Quando ele não está em sessão, contudo, são os seus presidentes quem mandam – um pequeno círculo de homens próximos ao líder supremo.

Os norte-coreanos votam por seus distritos, escolhendo um representante. Mas cada distrito tem sempre apenas um candidato - previamente aprovado por Kim.

Esse é indicado pelo órgão do governo chamado “Frente Democrática de Reunificação da Pátria”. Este, por sua vez, é controlado pelo Partido Comunista.

Voto obrigatório

Votar no domingo é obrigatório para maiores de 17 anos – não é preciso dizer que a pessoa poderá pagar com a vida se desrespeitar essa lei.

O governo usa isso, na verdade, como uma maneira de fazer um censo populacional e registrar uma ficha, periodicamente, de todos os cidadãos.

O governo descobre dissidentes e fugitivos quando falta algum nome na lista de presença.

Abster-se de votar ou votar “não” pode ser um ato bem arriscado, já que o voto secreto não é nada secreto.

Segundo Mina Yoon, uma norte-coreana que conseguiu fugir do país, ao jornal inglês The Telegraph, o governo investiga diretamente a pessoa que não tiver seu nome na lista de votantes.

Clima de festa

Segundo a mídia norte-coreana, o clima é exultante nas ruas da capital Pyongyang e em outras partes do país.

Relatos oficiais dizem que há “multidões de cidadãos” confirmando a sua presença nas eleições de domingo.

O governo completa: “O povo norte-coreano está plenamente determinado a exaltar a dignidade do Partido e demonstrar, mais uma vez, o poder da unidade da mente única nas cédulas de votação”.

Nos pôsteres espalhados pelo país, se lê: “9 de março é dia da eleição da 13ª Assembleia Popular Suprema. Vamos todos votar em acordo!”.

Um dos slogans da “festa da democracia” é “Vamos consolidar o nosso poder revolucionário e deixá-lo firme como uma rocha!”.

O líder supremo Kim Jong-un até escreveu uma carta aberta ao povo, dizendo que a eleição de domingo “demonstra os poderes reais do nosso socialismo, centrado nas massas e que consolida o poder da República Democrática do Povo da Coreia”.

Ele completa de maneira sentimental: “Eu me sinto muito agradecido por essa expressão de confiança em mim e agradeço do fundo do meu coração”.

Nem parece o rapaz que mandou executar o próprio tio e outras dezenas de cidadãos.

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A cada cinco anos, os norte-coreanos vão às urnas para as eleições parlamentares e escolhem quem irá lhes representar.

Mas é claro: o líder Kim Jong-un e seus escolhidos serão os únicos candidatos possíveis.

No domingo, eleitores de 687 “zonas” vão escolher representantes no parlamento, que irão servir à Assembleia Popular Suprema.

A APS é o maior órgão do partido comunista norte-coreano. Ele quem, teoricamente, legisla.

Quando ele não está em sessão, contudo, são os seus presidentes quem mandam – um pequeno círculo de homens próximos ao líder supremo.

Os norte-coreanos votam por seus distritos, escolhendo um representante. Mas cada distrito tem sempre apenas um candidato - previamente aprovado por Kim.

Esse é indicado pelo órgão do governo chamado “Frente Democrática de Reunificação da Pátria”. Este, por sua vez, é controlado pelo Partido Comunista.

Voto obrigatório

Votar no domingo é obrigatório para maiores de 17 anos – não é preciso dizer que a pessoa poderá pagar com a vida se desrespeitar essa lei.

O governo usa isso, na verdade, como uma maneira de fazer um censo populacional e registrar uma ficha, periodicamente, de todos os cidadãos.

O governo descobre dissidentes e fugitivos quando falta algum nome na lista de presença.

Abster-se de votar ou votar “não” pode ser um ato bem arriscado, já que o voto secreto não é nada secreto.

Segundo Mina Yoon, uma norte-coreana que conseguiu fugir do país, ao jornal inglês The Telegraph, o governo investiga diretamente a pessoa que não tiver seu nome na lista de votantes.

Clima de festa

Segundo a mídia norte-coreana, o clima é exultante nas ruas da capital Pyongyang e em outras partes do país.

Relatos oficiais dizem que há “multidões de cidadãos” confirmando a sua presença nas eleições de domingo.

O governo completa: “O povo norte-coreano está plenamente determinado a exaltar a dignidade do Partido e demonstrar, mais uma vez, o poder da unidade da mente única nas cédulas de votação”.

Nos pôsteres espalhados pelo país, se lê: “9 de março é dia da eleição da 13ª Assembleia Popular Suprema. Vamos todos votar em acordo!”.

Um dos slogans da “festa da democracia” é “Vamos consolidar o nosso poder revolucionário e deixá-lo firme como uma rocha!”.

O líder supremo Kim Jong-un até escreveu uma carta aberta ao povo, dizendo que a eleição de domingo “demonstra os poderes reais do nosso socialismo, centrado nas massas e que consolida o poder da República Democrática do Povo da Coreia”.

Ele completa de maneira sentimental: “Eu me sinto muito agradecido por essa expressão de confiança em mim e agradeço do fundo do meu coração”.

Nem parece o rapaz que mandou executar o próprio tio e outras dezenas de cidadãos.

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