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Em autobiografia, Angela Merkel descreve Trump como alguém 'fascinado' por autocratas

Trechos do livro de memórias da ex-chanceler alemã foram publicados por jornal local

Donald Trump e Angela Merkel na Casa Branca, em Washington, D.C., no dia 27 de abril de 2018 (AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 21 de novembro de 2024 às 12h50.

Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 13h45.

A ex-chanceler alemã Angela Merkel afirma em seu livro de memórias que Donald Trump é "fascinado" por líderes com tendências autoritárias e que agem "de forma emocional", segundo trechos da obra publicados nesta quinta-feira, 21.

Durante seu primeiro encontro em Washington, em março de 2017, logo após o início do primeiro mandato do republicano na Casa Branca, o então presidente dos Estados Unidos "me fez perguntas sobre minhas origens na Alemanha Oriental e minhas relações com Vladimir Putin, que pareciam fasciná-lo", relata Merkel nos trechos publicados pelo jornal Die Zeit.

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"Nos anos seguintes, tive a impressão de que líderes com tendências autocráticas e ditatoriais exerciam um certo fascínio sobre ele",continua ela em seu livro com o título Freiheit ("Liberdade"), que será publicado em 26 de novembro em cerca de 30 países.

Na obra, Merkel, que foi chefe de Governo de 2005 a 2021, compartilha reflexões sobre sua carreira política, seus princípios e sua visão dos desafios que enfrentou durante seu mandato. Em particular, aborda seu primeiro encontro com Trump em 2017, que não a deixou com "uma boa sensação", confessa a ex-chanceler.

Antes de seu encontro no Salão Oval da Casa Branca, o republicano ignorou o pedido dos repórteres e fotógrafos por outro aperto de mãos, apesar das sugestões da chanceler para repetir o gesto feito em frente à entrada do prédio.

Durante a conversa, Trump retomou suas críticas "habituais" à Alemanha, que acusava de ter sido arruinada após ter recebido refugiados em 2015 e 2016, de não investir em gastos militares e de adotar práticas comerciais desleais.

Merkel respondeu com base em fatos, mas se deparou com um líder que agia "de forma emocional", e só ouviu seus argumentos para "transformá-los em novas críticas".

"A solução de problemas não parecia ser seu objetivo", observa ela.

Após sua visita a Washington, a então chanceler concluiu que "a cooperação para um mundo interconectado não seria possível com Trump", que estava convencido de que seu sucesso dependia "do fracasso dos outros".

Em junho de 2017, o republicano anunciou a Merkel por telefone a saída dos EUA do Acordo Climático de Paris. "Esta decisão, que foi contra meus esforços para tornar o clima um tema central do G20, foi um duro golpe", admite.

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