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Eleições de Belarus não foram democráticas, diz OSCE

''Os líderes políticos que teriam papeis importantes nestas eleições, estavam presos ou não tiveram direito de postular suas candidaturas'', afirma o relatório

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 19h13.

Moscou - As eleições parlamentares de Belarus, realizadas no domingo, não foram livres e nem democráticas, informou nesta segunda-feira a missão de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE).

''Os líderes políticos que teriam papeis importantes nestas eleições, estavam presos ou não tiveram direito de postular suas candidaturas'', afirma o relatório divulgado por agências russas.

O documento ressalta que as eleições para câmara dos representantes do parlamento bielorrusso ''não foram competitivas desde o início, já que a capacidade de escolha dos eleitores foi restrita, algo que é elemento chave das eleições''.

''Eleições livres dependem que o povo seja livre para se expressar, se organizar e escolher seus candidatos, o que não vimos durante este pleito'', aponta.

A OSCE acusa o país de descumprir seus compromissos e, em particular, acusa a Comissão Eleitoral Central (CEC) de ''falta de neutralidade e imparcialidade, o que mina a confiança do povo no processo eleitoral''.

Além disso, o relatório coloca em dúvida a apuração realizada pela CEC, devido ao fato de que os observadores não puderam supervisionar a apuração dos votos emitidos nos colégios eleitorais.

''Os cidadãos devem ter confiança de que seus votos são contados tal como são depositados, mas a falta de métodos apropriados de apuração, causam uma grande preocupação'', afirmou Antonio Milososki, chefe da missão de observadores do Escritório para as Instituições Democráticas e os Direitos Humanos (ODIHIR) da OSCE.


''A contínua falta de procedimentos de apuração devidamente elaborados significa que não é possível garantir uma apuração justa'', acrescenta o relatório.

Em relação à campanha eleitoral, o documento denuncia que os candidatos que boicotaram as eleições, mal tiveram acesso aos meios de comunicação, além de terem seus discursos censurados.

A presidente da CEC, Lidia Yermoshina, validou as eleições e anunciou que foram escolhidos 109 dos 110 deputados da câmara baixa do legislativo, com exceção de um distrito, Gomel, onde as eleições serão realizadas novamente.

Menos de 300 candidatos concorreram às eleições. Entre eles, apenas 26 eram representantes da oposição, porque mais de dois terços de seus candidatos se retiraram do processo eleitoral. Nenhum candidato da oposição atingiu os votos necessários para conseguir uma cadeira na câmara.

O presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, considerado o último ditador da Europa, afirmou que não se envolveu no processo eleitoral e criticou a oposição por não participar do pleito.

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