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Egito prepara-se para protestos em massa contra Mubarak

"Queremos fazer a revolta para que seja como um carnaval, com canções, poesias e espetáculos", disse um porta-voz dos manifestantes

Protestos contra o presidente Mubarak: Egito vive clima de instabilidade (Chris Hondros/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2012 às 19h55.

Cairo - Manifestantes começaram a concentrar-se nesta terça-feira no Cairo para um protesto que espera reunir um milhão de pessoas, como a última leva da revolta popular que começou na terça-feira passada contra o regime do presidente egípcio, Hosni Mubarak.

Na praça Tahrir (praça Libertação), símbolo dos protestos sem precedentes na era de Mubarak, já estão concentradas milhares de pessoas, muitas das quais passaram a noite no local.

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O Movimento 6 de Abril, o grupo opositor que promoveu esta revolta, convocou ontem o povo egípcio para que se manifestasse nesta terça-feira de forma maciça.

"Queremos fazê-la (a revolta) para que seja como um carnaval, com canções, poesias e espetáculos, tudo centrado em pedir a renúncia de Hosni Mubarak", disse à Agência Efe um porta-voz do grupo que preferiu não divulgar sua identidade.

Os protestos populares contam com o apoio do movimento Irmãos Muçulmanos e da plataforma política liderada pelo prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, a Assembleia Nacional para a Mudança.

A concentração desta terça-feira começará por volta do meio-dia na praça Tahrir, mas não está descartado que haja outros locais com concentrações de egípcios com o objetivo de pedir a renúncia de Mubarak, no poder desde 1981.

Embora esteja interrompido o acesso a quase todos os provedores, o que poderia prejudicar a difusão desta convocação, por enquanto as restrições não aplacaram os protestos públicos.

A praça Tahrir, localizada no coração do Cairo, está protegida exclusivamente por unidades do Exército, embora a Polícia tenha começado a desdobrar-se na segunda-feira em outros setores da capital.

O Exército assegurou ontem pela primeira vez que não empregará a força contra o povo egípcio, segundo um comunicado das Forças Armadas que assinalava que a presença dos soldados nas ruas é "para garantir a segurança do povo egípcio".

A formação de um novo Governo, cujos ministros assumiram seus cargos na segunda-feira, e a designação do chefe dos serviços de inteligência Omar Suleiman como vice-presidente, não evitaram o prosseguimento da revolta, que já deixou dezenas de mortos e mais de 1.500 feridos.

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