É "inaceitável" papa falar de genocídio armênio, diz Turquia
O pontífice utilizou ontem expressões de João Paulo II, redigidas em 2001, para se referir ao "atroz e insano extermínio" dos armênios
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2015 às 09h28.
Cidade do Vaticano - A embaixada da Turquia na Santa Sé qualificou nesta segunda-feira de "inaceitável" a declaração do papa Francisco sobre o massacre armênio e afirmou que com seu sermão "a história foi instrumentalizada com fins políticos".
"Durante a Santa Missa, a história foi instrumentalizada com fins políticos", afirmou a embaixada turca perante o Vaticano em um comunicado.
O pontífice utilizou ontem expressões de João Paulo II, redigidas em 2001, para se referir ao "atroz e insano extermínio" dos armênios, que "geralmente é considerado o primeiro genocídio do século XX"".
A embaixada da Turquia disse que a utilização do termo genocídio para se referir ao massacre do povo armênio em 1915 era uma "calúnia".
"Genocídio é um conceito jurídico. As demandas que não cumprem os requisitos da lei, inclusive sobre a base de uma convicção generalizada, são obrigadas a permanecer como calúnias", afirmou a nota.
O comunicado da embaixada disse ainda que o "papa Francisco se referiu aos trágicos eventos que ocorreram na Bósnia e em Ruanda como "assassinatos em massa", apesar de serem reconhecidos como genocídios pelos tribunais internacionais".
Por outro lado, a embaixada turca questionou o pontífice por ter chamado os eventos de 1915 de genocídio, "apesar da ausência de sentença judicial".
Na nota, a embaixada turca considerou que "as declarações do papa Francisco" durante a liturgia realizada na Basílica de São Pedro no Vaticano "contradizem os fatos históricos e legais".
"Ressaltando sua vontade de promover o estabelecimento da paz e a amizade entre os diferentes povos do mundo desde o dia em que foi eleito para o pontificado, o papa Francisco cometeu agora uma discriminação entre os sofrimentos destacando apenas os dos cristãos, especialmente os dos armênios", disse a embaixada turca perante a Santa Sé.
"Com um ponto de vista subjetivo, ignorou as tragédias que afetaram o povo turco e muçulmano que perdeu a vida na 1ª Guerra Mundial", acusou a nota.
A representação turca no Vaticano rotulou de "lamentável" a declaração do papa e disse que demonstra "um grande desvio das observações realizadas durante sua visita à Turquia" em novembro do ano passado, quando se referiu à necessidade de "orar pela reconciliação dos povos".
Para a embaixada, o papa "está sob a influência da versão armênia, que insiste em manter a inimizade em lugar de avançar para a amizade e a paz para as gerações futuras".
A embaixada turca disse ainda que esperava "de uma entidade divina como a Santa Sé" que não desse "crédito às interpretações unilaterais dos eventos históricos e da discriminação religiosa".
Após a declaração do papa, a Turquia adotou medidas diplomáticas como a convocação do núncio papal em Ancara e convocação para consultas do embaixador turco no Vaticano.
Cidade do Vaticano - A embaixada da Turquia na Santa Sé qualificou nesta segunda-feira de "inaceitável" a declaração do papa Francisco sobre o massacre armênio e afirmou que com seu sermão "a história foi instrumentalizada com fins políticos".
"Durante a Santa Missa, a história foi instrumentalizada com fins políticos", afirmou a embaixada turca perante o Vaticano em um comunicado.
O pontífice utilizou ontem expressões de João Paulo II, redigidas em 2001, para se referir ao "atroz e insano extermínio" dos armênios, que "geralmente é considerado o primeiro genocídio do século XX"".
A embaixada da Turquia disse que a utilização do termo genocídio para se referir ao massacre do povo armênio em 1915 era uma "calúnia".
"Genocídio é um conceito jurídico. As demandas que não cumprem os requisitos da lei, inclusive sobre a base de uma convicção generalizada, são obrigadas a permanecer como calúnias", afirmou a nota.
O comunicado da embaixada disse ainda que o "papa Francisco se referiu aos trágicos eventos que ocorreram na Bósnia e em Ruanda como "assassinatos em massa", apesar de serem reconhecidos como genocídios pelos tribunais internacionais".
Por outro lado, a embaixada turca questionou o pontífice por ter chamado os eventos de 1915 de genocídio, "apesar da ausência de sentença judicial".
Na nota, a embaixada turca considerou que "as declarações do papa Francisco" durante a liturgia realizada na Basílica de São Pedro no Vaticano "contradizem os fatos históricos e legais".
"Ressaltando sua vontade de promover o estabelecimento da paz e a amizade entre os diferentes povos do mundo desde o dia em que foi eleito para o pontificado, o papa Francisco cometeu agora uma discriminação entre os sofrimentos destacando apenas os dos cristãos, especialmente os dos armênios", disse a embaixada turca perante a Santa Sé.
"Com um ponto de vista subjetivo, ignorou as tragédias que afetaram o povo turco e muçulmano que perdeu a vida na 1ª Guerra Mundial", acusou a nota.
A representação turca no Vaticano rotulou de "lamentável" a declaração do papa e disse que demonstra "um grande desvio das observações realizadas durante sua visita à Turquia" em novembro do ano passado, quando se referiu à necessidade de "orar pela reconciliação dos povos".
Para a embaixada, o papa "está sob a influência da versão armênia, que insiste em manter a inimizade em lugar de avançar para a amizade e a paz para as gerações futuras".
A embaixada turca disse ainda que esperava "de uma entidade divina como a Santa Sé" que não desse "crédito às interpretações unilaterais dos eventos históricos e da discriminação religiosa".
Após a declaração do papa, a Turquia adotou medidas diplomáticas como a convocação do núncio papal em Ancara e convocação para consultas do embaixador turco no Vaticano.