Atentado em manifestação pela paz mata 86 pessoas na Turquia
As detonações foram tão fortes que explodiram as grossas janelas de vidro do terminal ferroviário
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2015 às 11h31.
Ancara - Um duplo atentado realizado neste sábado em uma manifestação pela paz na cidade de Ancara, capital da Turquia , deixou pelo menos 86 mortos e 186 feridos, entre eles 28 em estado grave.
Os números foram divulgados pelo ministro da Saúde da Turquia, Mehmet Müezzinoglu, em entrevista coletiva transmitida ao vivo pela emissora "NTV".
Anteriormente, o promotor-chefe de Ancara, Harun Kodalak, disse ao jornal "Hürriyet" que 47 pessoas tinham morrido nos ataques, mas admitiu que muitas pessoas levadas aos hospitais da região corriam risco de morrer devido à gravidade dos ferimentos.
As duas explosões quase simultâneas provocadas por terroristas suicidas transformaram a manifestação pela paz em um cenário de guerra no centro de Ancara.
Um correspondente da Agência Efe que estava muito perto de onde ocorreram as explosões disse que milhares de pessoas estavam se reunindo na estação de trens da capital turca, ponto tradicional para o início de passeatas na cidade.
Em meio a canções e brincadeiras em uma ensolarada manhã de sábado, as duas potentes explosões sucessivas provocaram pânico entre os manifestantes e os vários jornalistas que acompanhavam a ação.
As detonações foram tão fortes que explodiram as grossas janelas de vidro do terminal ferroviário. Em segundos, centenas de pessoas, incluindo o próprio correspondente da Efe, foram atingidas por uma "chuva" de restos mortais das vítimas.
Uma das bombas foi detonada no meio de um grupo de pessoas sem identificação política. A outra explodiu próximo no ponto onde estavam bandeiras e cartazes do HDP, o partido da esquerda pró-curda, e de várias organizações marxistas.
Até o momento, ninguém reivindicou a autoria do atentado, o mais sangrento ocorrido neste ano na Turquia.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou o massacre, chamando-o de "um abominável ataque contra a unidade e a convivência".
E acrescentou que as explosões "não se distinguem em nada dos atos de terror contra cidadãos inocentes, servidores, policiais e soldados", fazendo referência aos atentados cometidos pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
"Estamos contra todo tipo de terror e de organização terrorista. Devemos estar todos unidos contra isso", declarou Erdogan.
O partido da esquerda pró-curda HDP, por sua vez, destacou a semelhança do atentado de hoje com a bomba colocada em um comício do grupo em Diyarbakir, dois dias antes das eleições do dia 7 de julho, e também com o massacre de Suruç.
No segundo atentado citado, um jovem jihadista turco, provavelmente treinado pelo Estado Islâmico (EI), matou 34 ativistas pró-curdos em uma assembleia.
Depois do ataque, o PKK rompeu o cessar-fogo estabelecido com o governo há mais de dois anos. Desde então, centenas de pessoas morreram, entre guerrilheiros, civis e agentes das forças de segurança, em atentados, ataques e confrontos.
Mas hoje, pouco depois da tragédia de Ancara, a cúpula do PKK anunciou que estabelecerá uma trégua unilateral até a realização das próximas eleições na Turquia, marcadas para o dia 1º de novembro.
Em comunicado divulgado pela agência curda "Firat", o PKK afirma que seus militantes "suspenderão todas as ações previstas" e "evitarão todo movimento, salvo em defesa própria".
O ataque também foi condenado pela comunidade internacional. O secretário-geral da Otan, general Jens Stoltenberg, disse que não pode haver justificativa para um ataque tão horrendo contra pessoas que marcham pela paz.
Já a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, destacou que todos os turcos e as forças políticas do país devem permanecer unidos contra os terroristas e aqueles que tentam desestabilizar e ameaçar a Turquia.
A Rússia, que vive um momento de tensão diplomática com a Turquia devido à intervenção na Síria, também condenou o atentado e pediu para que todos deixem de lado os interesses próprios para reunir esforços no combate ao terrorismo.
"A tragédia de Ancara voltou a confirmar a prioridade da luta contra o terrorismo e suas várias estruturas na região, além da necessidade da união de esforços de todos os parceiros, tanto da região como de fora dela", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zajarova.
Ancara - Um duplo atentado realizado neste sábado em uma manifestação pela paz na cidade de Ancara, capital da Turquia , deixou pelo menos 86 mortos e 186 feridos, entre eles 28 em estado grave.
Os números foram divulgados pelo ministro da Saúde da Turquia, Mehmet Müezzinoglu, em entrevista coletiva transmitida ao vivo pela emissora "NTV".
Anteriormente, o promotor-chefe de Ancara, Harun Kodalak, disse ao jornal "Hürriyet" que 47 pessoas tinham morrido nos ataques, mas admitiu que muitas pessoas levadas aos hospitais da região corriam risco de morrer devido à gravidade dos ferimentos.
As duas explosões quase simultâneas provocadas por terroristas suicidas transformaram a manifestação pela paz em um cenário de guerra no centro de Ancara.
Um correspondente da Agência Efe que estava muito perto de onde ocorreram as explosões disse que milhares de pessoas estavam se reunindo na estação de trens da capital turca, ponto tradicional para o início de passeatas na cidade.
Em meio a canções e brincadeiras em uma ensolarada manhã de sábado, as duas potentes explosões sucessivas provocaram pânico entre os manifestantes e os vários jornalistas que acompanhavam a ação.
As detonações foram tão fortes que explodiram as grossas janelas de vidro do terminal ferroviário. Em segundos, centenas de pessoas, incluindo o próprio correspondente da Efe, foram atingidas por uma "chuva" de restos mortais das vítimas.
Uma das bombas foi detonada no meio de um grupo de pessoas sem identificação política. A outra explodiu próximo no ponto onde estavam bandeiras e cartazes do HDP, o partido da esquerda pró-curda, e de várias organizações marxistas.
Até o momento, ninguém reivindicou a autoria do atentado, o mais sangrento ocorrido neste ano na Turquia.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou o massacre, chamando-o de "um abominável ataque contra a unidade e a convivência".
E acrescentou que as explosões "não se distinguem em nada dos atos de terror contra cidadãos inocentes, servidores, policiais e soldados", fazendo referência aos atentados cometidos pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
"Estamos contra todo tipo de terror e de organização terrorista. Devemos estar todos unidos contra isso", declarou Erdogan.
O partido da esquerda pró-curda HDP, por sua vez, destacou a semelhança do atentado de hoje com a bomba colocada em um comício do grupo em Diyarbakir, dois dias antes das eleições do dia 7 de julho, e também com o massacre de Suruç.
No segundo atentado citado, um jovem jihadista turco, provavelmente treinado pelo Estado Islâmico (EI), matou 34 ativistas pró-curdos em uma assembleia.
Depois do ataque, o PKK rompeu o cessar-fogo estabelecido com o governo há mais de dois anos. Desde então, centenas de pessoas morreram, entre guerrilheiros, civis e agentes das forças de segurança, em atentados, ataques e confrontos.
Mas hoje, pouco depois da tragédia de Ancara, a cúpula do PKK anunciou que estabelecerá uma trégua unilateral até a realização das próximas eleições na Turquia, marcadas para o dia 1º de novembro.
Em comunicado divulgado pela agência curda "Firat", o PKK afirma que seus militantes "suspenderão todas as ações previstas" e "evitarão todo movimento, salvo em defesa própria".
O ataque também foi condenado pela comunidade internacional. O secretário-geral da Otan, general Jens Stoltenberg, disse que não pode haver justificativa para um ataque tão horrendo contra pessoas que marcham pela paz.
Já a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, destacou que todos os turcos e as forças políticas do país devem permanecer unidos contra os terroristas e aqueles que tentam desestabilizar e ameaçar a Turquia.
A Rússia, que vive um momento de tensão diplomática com a Turquia devido à intervenção na Síria, também condenou o atentado e pediu para que todos deixem de lado os interesses próprios para reunir esforços no combate ao terrorismo.
"A tragédia de Ancara voltou a confirmar a prioridade da luta contra o terrorismo e suas várias estruturas na região, além da necessidade da união de esforços de todos os parceiros, tanto da região como de fora dela", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zajarova.