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Cuba termina o ano na expectativa por nova legislação

A quarta operação de Chávez contra o câncer que foi detectado há um ano e meio marcou a reta final do ano em uma Cuba preocupada com o governante venezuelano

Fidel Castro, líder cubano: em outubro, voltaram os rumores sobre o estado de saúde de Fidel Castro, praticamente fora da cena pública (Adalberto Roque/AFP)
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Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2012 às 13h43.

Havana - A ilha de Cuba se despede de 2012 com os olhos voltados para o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e na expectativa por suas novas leis migratória e tributária, após um 2012 no qual foi notícia a visita de Bento XVI, a morte do opositor Oswaldo Payá, o furacão "Sandy" e os diálogos de paz colombianos.

A quarta operação de Chávez contra o câncer que foi detectado há um ano e meio marcou a reta final do ano em uma Cuba preocupada com o governante venezuelano, que pela primeira vez durante todo o período de sua doença manifestou publicamente o risco de ficar incapacitado de governar e até mesmo de morrer.

Antes da nova operação, o líder venezuelano passou pela sala de cirurgia na ilha duas vezes em 2011 e uma terceira em fevereiro deste ano, no qual voltou a Cuba várias vezes para sessões de radioterapia.

À espera da melhora de Chávez - o principal parceiro da ilha e cujo petróleo é vital para o país - muitos cubanos aguardam ansiosos o dia 14 de janeiro, quando entra em vigor a lei de flexibilização migratória.

Após décadas de severas leis e de trâmites restritivos para viajar, a permissão de saída será eliminada, de modo que os cubanos só precisarão do passaporte em dia e do visto correspondente para viajar para o exterior.

No entanto, as autoridades podem negar a concessão de um passaporte por razões de "interesse público" ou de "defesa e segurança nacional" e também seguirão limitando as saídas de profissionais "vitais" para a ilha a fim de evitar o "roubo de mentes".

Embora muitos sonhem em viajar - quando o bolso permite e se conseguirem o visto do país correspondente -, também há uma preocupação geral em relação ao ano que se inicia por uma nova lei tributária que impõe altos impostos.


Em um país onde a cultura tributária foi praticamente nula durante cinco décadas, essa lei regula a tributação de forma integral, como parte das reformas econômicas que o presidente Raúl Castro estimula para "atualizar" o modelo socialista.

Em 2012 uma das principais notícias do país foi a visita de Bento XVI, o segundo pontífice que esteve na ilha comunista após a histórica viagem de João Paulo II, em 1998.

Entre 26 e 28 de março, o papa realizou duas missas grandes em Santiago e Havana, se reuniu com Raúl Castro e também conversou com o líder da Revolução, seu irmão Fidel, retirado da presidência desde 2006 por uma doença.

As principais mensagens de Bento XVI foram a defesa das liberdades e a reconciliação entre cubanos, a ideia que tanto Cuba como o mundo precisam de mudanças e suas chamadas a expatriar "posições imóveis".

Durante a visita do pontífice, que não se reuniu com opositores, a dissidência interna denunciou "centenas" de detenções e repressão.

E justamente a dissidência cubana perdeu este ano um de seus maiores nomes: o opositor Oswaldo Payá, líder do Movimento Cristão de Libertação (MCL) que morreu aos 60 anos em 22 de junho em um acidente de trânsito no qual também morreu o cubano Harold Cepero, membro de seu partido.

O motorista do veículo no qual viajavam os dissidentes era o espanhol Ángel Carromero, um dirigente de Novas Gerações do Partido Popular de Madri.

Carromero foi condenado em Cuba a quatro anos de prisão por homicídio no início de outubro na cidade de Bayamo, a região do acidente.


A família de Payá questiona a versão oficial do acidente de trânsito, considera o espanhol inocente e exige uma investigação independente do incidente.

Outra morte relevante em Havana foi a de Eloy Gutiérrez Menoyo, o comandante espanhol da Revolução cubana que enfrentou Fidel Castro e teve uma das biografias mais singulares da oposição ao regime dentro e fora da ilha.

Em 2012 Cuba também se tornou sede permanente de um promissor processo de diálogo entre o governo da Colômbia e as insurgentes Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para tentar pôr fim a um conflito armado que começou há quase meio século no país sul-americano.

Após seis meses de conversas secretas na ilha, o governo de Juan Manuel Santos e a guerrilha anunciaram em agosto um acordo geral para tentar a paz, inauguraram a mesa de diálogo em Oslo (Noruega) em outubro e um mês depois os negociadores de ambas partes foram a Havana para dar continuidade às conversas bilaterais.

E, após alguns anos de tranquilidade climática, Cuba sofreu este ano os efeitos do devastador furacão "Sandy", que deixou 11 mortos na ilha e inúmeros estragos no leste do país.

Em outubro, voltaram os rumores sobre o estado de saúde de Fidel Castro, praticamente fora da cena pública, mas que negou especulações sobre uma suposta piora com um artigo e fotografias ao ar livre usando um chapéu de palha e se mostrando envolvido no cultivo de amoreiras.

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A quarta operação de Chávez contra o câncer que foi detectado há um ano e meio marcou a reta final do ano em uma Cuba preocupada com o governante venezuelano, que pela primeira vez durante todo o período de sua doença manifestou publicamente o risco de ficar incapacitado de governar e até mesmo de morrer.

Antes da nova operação, o líder venezuelano passou pela sala de cirurgia na ilha duas vezes em 2011 e uma terceira em fevereiro deste ano, no qual voltou a Cuba várias vezes para sessões de radioterapia.

À espera da melhora de Chávez - o principal parceiro da ilha e cujo petróleo é vital para o país - muitos cubanos aguardam ansiosos o dia 14 de janeiro, quando entra em vigor a lei de flexibilização migratória.

Após décadas de severas leis e de trâmites restritivos para viajar, a permissão de saída será eliminada, de modo que os cubanos só precisarão do passaporte em dia e do visto correspondente para viajar para o exterior.

No entanto, as autoridades podem negar a concessão de um passaporte por razões de "interesse público" ou de "defesa e segurança nacional" e também seguirão limitando as saídas de profissionais "vitais" para a ilha a fim de evitar o "roubo de mentes".

Embora muitos sonhem em viajar - quando o bolso permite e se conseguirem o visto do país correspondente -, também há uma preocupação geral em relação ao ano que se inicia por uma nova lei tributária que impõe altos impostos.


Em um país onde a cultura tributária foi praticamente nula durante cinco décadas, essa lei regula a tributação de forma integral, como parte das reformas econômicas que o presidente Raúl Castro estimula para "atualizar" o modelo socialista.

Em 2012 uma das principais notícias do país foi a visita de Bento XVI, o segundo pontífice que esteve na ilha comunista após a histórica viagem de João Paulo II, em 1998.

Entre 26 e 28 de março, o papa realizou duas missas grandes em Santiago e Havana, se reuniu com Raúl Castro e também conversou com o líder da Revolução, seu irmão Fidel, retirado da presidência desde 2006 por uma doença.

As principais mensagens de Bento XVI foram a defesa das liberdades e a reconciliação entre cubanos, a ideia que tanto Cuba como o mundo precisam de mudanças e suas chamadas a expatriar "posições imóveis".

Durante a visita do pontífice, que não se reuniu com opositores, a dissidência interna denunciou "centenas" de detenções e repressão.

E justamente a dissidência cubana perdeu este ano um de seus maiores nomes: o opositor Oswaldo Payá, líder do Movimento Cristão de Libertação (MCL) que morreu aos 60 anos em 22 de junho em um acidente de trânsito no qual também morreu o cubano Harold Cepero, membro de seu partido.

O motorista do veículo no qual viajavam os dissidentes era o espanhol Ángel Carromero, um dirigente de Novas Gerações do Partido Popular de Madri.

Carromero foi condenado em Cuba a quatro anos de prisão por homicídio no início de outubro na cidade de Bayamo, a região do acidente.


A família de Payá questiona a versão oficial do acidente de trânsito, considera o espanhol inocente e exige uma investigação independente do incidente.

Outra morte relevante em Havana foi a de Eloy Gutiérrez Menoyo, o comandante espanhol da Revolução cubana que enfrentou Fidel Castro e teve uma das biografias mais singulares da oposição ao regime dentro e fora da ilha.

Em 2012 Cuba também se tornou sede permanente de um promissor processo de diálogo entre o governo da Colômbia e as insurgentes Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para tentar pôr fim a um conflito armado que começou há quase meio século no país sul-americano.

Após seis meses de conversas secretas na ilha, o governo de Juan Manuel Santos e a guerrilha anunciaram em agosto um acordo geral para tentar a paz, inauguraram a mesa de diálogo em Oslo (Noruega) em outubro e um mês depois os negociadores de ambas partes foram a Havana para dar continuidade às conversas bilaterais.

E, após alguns anos de tranquilidade climática, Cuba sofreu este ano os efeitos do devastador furacão "Sandy", que deixou 11 mortos na ilha e inúmeros estragos no leste do país.

Em outubro, voltaram os rumores sobre o estado de saúde de Fidel Castro, praticamente fora da cena pública, mas que negou especulações sobre uma suposta piora com um artigo e fotografias ao ar livre usando um chapéu de palha e se mostrando envolvido no cultivo de amoreiras.

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