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Crimes ambientais envolvem até US$213 bi por ano, diz ONU

Crescimento está ajudando a financiar conflitos armados e prejudicando o crescimento econômico, disse um relatório da Organização das Nações Unidas

Desmatamento: estudo pediu ações mais severas para prevenir crimes ambientais (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 14h58.

Oslo - O crescimento dos crimes ambientais , desde desmatamento até caça de elefantes, envolve até 213 bilhões de dólares por ano e está ajudando a financiar conflitos armados e prejudicando o crescimento econômico, disse um relatório da Organização das Nações Unidas ( ONU ) nesta terça-feira.

O estudo, divulgado durante uma reunião da ONU com ministros de Meio Ambiente em Nairóbi, pediu ações mais severas para prevenir crimes e atividades ilegais de desmatamento, pesca, mineração, despejo de lixo tóxico e comércio de animais e plantas raros.

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Entre alguns sucessos, o relatório citou a queda no desmatamento na Amazônia brasileira em 2012 para sua menor taxa desde que as medições começaram em 1988, por causa de imagens de satélite e de que operações policiais direcionadas.

"Muitas redes criminosas estão obtendo lucros fenomenais com o crime ambiental”, disse à Reuters Achim Steiner, chefe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

“É uma máquina de financiamento.” Um “enorme crescimento” na criminalidade ambiental nos últimos anos está ajudando a financiar milícias e insurgentes, ao passo que priva países em desenvolvimento de bilhões de dólares em receitas para ajudar a retirar cidadãos da pobreza, disse ele.

O estudo estimou que o crime ambiental envolva entre 70 bilhões e 213 bilhões de dólares por ano. Em comparação, o auxílio global para o desenvolvimento de nações pobres totaliza 135 bilhões de dólares por ano.

O estudo estima, por exemplo, que o comércio ilícito de carvão vegetal na África, onde a madeira é a principal fonte de energia, vale 1,9 bilhão de dólares por ano.

Os insurgentes islâmicos do al Shabaab, na Somália, fizeram milhões de dólares ao taxar esse carvão em portos e rodovias. O relatório estima que cerca de 20 mil a 25 mil elegantes são mortos na África todos os anos, em uma população de cerca de 650 mil. Milícias na República Democrática do Congo e da República Centro-Africana exploram o marfim para levantar dinheiro.

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