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Criança é expulsa de escola por ser filha de portador de HIV

Após protestos dos pais de outros alunos e o fracasso das autoridades educativas na hora de convencê-los, o aluno de seis anos foi obrigado a abandonar a escola

Aids: a decisão aconteceu após paralisação da escola pela determinação dos pais de não enviar seus filhos pela presença desta criança (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2016 às 15h20.

Colombo - Uma criança de seis anos foi obrigada a abandonar a escola no norte do Sri Lanka por ser filha de um portador do vírus da Imunodeficiência Humana ( HIV ), após quatro dias de protestos dos pais de outros alunos e o fracasso das autoridades educativas na hora de convencê-los.

Saman Wijesekara, diretor de Educação da zona de Kurunegala, no centro do país e onde se encontra a escola de Kuliyapitiya, disse à Agência Efe que "dada a situação atual, não é seguro que a criança vá à mesma escola, portanto as autoridades decidiram transferi-la a outro colégio".

A decisão aconteceu após quatro dias de paralisação da escola pela determinação dos pais de não enviar seus filhos pela presença desta criança, filho de um portador do HIV que morreu em setembro de tuberculose, segundo a mãe e Wijesekara.

A situação levou às autoridades a manterem hoje uma reunião com os pais, na qual, segundo garantiu à Efe o diretor da escola, H. Wimalawardene, participaram funcionários do Ministério da Saúde, do Escritório de Direitos Humanos e do Ministério da Educação, para tentar convencer os pais.

Não conseguiram convencer, e depois do encontro, os representantes públicos visitaram a mãe, Chandany de Soysa, para informar que mudariam a criança de escola.

"Não sei quando meu filho irá à escola, o manterei em casa até que lhe deem um novo colégio", disse à Agência Efe Soysa, ao explicar a causa da morte de seu marido e assegurar que ninguém mais em sua família tem HIV ou aids.

A mulher atribuiu os falsos rumores à má intenção dos irmãos de seu falecido marido por problemas familiares de dinheiro.

"Não fui ao encontro de hoje, não posso brigar por essas coisas agora, me dou por vencida", afirmou, ao assegurar que necessita de ajuda pela rejeição social que esta situação gerou.

"Vivo com medo, não sei o que acontecerá comigo e meu filho. Não tenho forma de viver porque ninguém me dá um trabalho, nem pelo menos falam conosco", manifestou.

O Programa Governamental de Luta contra a Aids do Sri Lanka indicou em seu relatório anual que, apesar da pouca presença da doença na ilha asiática, há muito preconceito e rejeição com seus portadores.

O diretor do Programa, Sisira Liyanage, declarou à Efe que cerca de 50 crianças vivem com HIV na ilha.

"Esta criança não é HIV-positivo, e caso dosse, ninguém poderia impedí-la de estudar em uma escola à qual tem direito", apontou.

O secretário do Sindicato de Professores de Ceilão, Joshep Stelien, declarou que "nosso sistema educacional deveria repensar como educar as pessoas e os estudantes sobre a aids".

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Colombo - Uma criança de seis anos foi obrigada a abandonar a escola no norte do Sri Lanka por ser filha de um portador do vírus da Imunodeficiência Humana ( HIV ), após quatro dias de protestos dos pais de outros alunos e o fracasso das autoridades educativas na hora de convencê-los.

Saman Wijesekara, diretor de Educação da zona de Kurunegala, no centro do país e onde se encontra a escola de Kuliyapitiya, disse à Agência Efe que "dada a situação atual, não é seguro que a criança vá à mesma escola, portanto as autoridades decidiram transferi-la a outro colégio".

A decisão aconteceu após quatro dias de paralisação da escola pela determinação dos pais de não enviar seus filhos pela presença desta criança, filho de um portador do HIV que morreu em setembro de tuberculose, segundo a mãe e Wijesekara.

A situação levou às autoridades a manterem hoje uma reunião com os pais, na qual, segundo garantiu à Efe o diretor da escola, H. Wimalawardene, participaram funcionários do Ministério da Saúde, do Escritório de Direitos Humanos e do Ministério da Educação, para tentar convencer os pais.

Não conseguiram convencer, e depois do encontro, os representantes públicos visitaram a mãe, Chandany de Soysa, para informar que mudariam a criança de escola.

"Não sei quando meu filho irá à escola, o manterei em casa até que lhe deem um novo colégio", disse à Agência Efe Soysa, ao explicar a causa da morte de seu marido e assegurar que ninguém mais em sua família tem HIV ou aids.

A mulher atribuiu os falsos rumores à má intenção dos irmãos de seu falecido marido por problemas familiares de dinheiro.

"Não fui ao encontro de hoje, não posso brigar por essas coisas agora, me dou por vencida", afirmou, ao assegurar que necessita de ajuda pela rejeição social que esta situação gerou.

"Vivo com medo, não sei o que acontecerá comigo e meu filho. Não tenho forma de viver porque ninguém me dá um trabalho, nem pelo menos falam conosco", manifestou.

O Programa Governamental de Luta contra a Aids do Sri Lanka indicou em seu relatório anual que, apesar da pouca presença da doença na ilha asiática, há muito preconceito e rejeição com seus portadores.

O diretor do Programa, Sisira Liyanage, declarou à Efe que cerca de 50 crianças vivem com HIV na ilha.

"Esta criança não é HIV-positivo, e caso dosse, ninguém poderia impedí-la de estudar em uma escola à qual tem direito", apontou.

O secretário do Sindicato de Professores de Ceilão, Joshep Stelien, declarou que "nosso sistema educacional deveria repensar como educar as pessoas e os estudantes sobre a aids".

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