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Conter mudança climática exige US$700 bi/ano, diz estudo

Dinheiro deve ser empregado em meios alternativos de gerar energia e para promover maior eficiência na construção, indústria e transportes

Planeta Terra: se medidas fossem tomadas agora, o aquecimento global seria mantido dentro de limite de 2 graus Celsius, mostrou um estudo (NASA/NOAA/GSFC/Suomi NPP/VIIRS/Norman Kuring)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 18h22.

Oslo - O mundo precisa gastar 700 bilhões de dólares adicionais por ano para controlar seu "vício" em combustíveis fósseis, que é apontado como maior causa da mudança climática atualmente em curso, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Fórum Econômico Mundial (FEM).

Na semana em que líderes de governos e da iniciativa privada se preparam para sua reunião anual no fórum de Davos, na Suíça, as nações permanecem profundamente divididas a respeito de quem deve pagar a conta pela redução das emissões humanas de gases do efeito estufa.

As recessões em nações desenvolvidas desde a crise financeira global de 2008 levaram a uma redução nas emissões, mas também deixaram os governos com menos recursos para investir em tecnologias limpas.

A Aliança de Ação para o Crescimento Verde, que compilou o estudo para o FEM, disse que o gasto extra seria necessário para promover outras formas de geração energética (como a solar e eólica) e uma maior eficiência em setores como construção, indústria e transportes.

Esses 700 bilhões se somam a 5 trilhões de dólares a serem gastos por ano até 2020 em obras de infraestrutura sob o atual cenário.

"Moldar uma economia global adequada ao século 21 é o nosso maior desafio", escreveu no relatório o ex-presidente mexicano Felipe Calderón, presidente da Aliança, um grupo público-privado vinculado ao FEM e criado no ano passado numa reunião do G20 no México.

O estudo disse que um aumento anual de 36 bilhões de dólares nos gastos públicos globais contra a mudança climática, passando de 90 para 126 bilhões por ano, poderia desencadear um investimento privado ainda maior, num valor de até 570 bilhões de dólares por ano.


Mas os governos e a iniciativa privada nem sempre têm conseguido trabalhar conjuntamente na questão climática.

"Ainda há dinheiro do setor privado indo para a destruição climática", disse Jake Schmidt, diretor internacional de políticas climáticas do Conselho Nacional de Defesa dos Recursos, de Washington.

"Para lidar com a mudança climática, todos precisam avançar na direção certa. E a chave para tudo isso será como você libera grandes fontes de financiamento privado ... Os fundos de riquezas soberanas e os fundos de pensão têm muito capital. Mobilizá-los seria o Santo Graal." O relatório encomendado pelo FEM apontou alguns sinais de otimismo. O investimento global em energias renováveis em 2011 bateu um novo recorde, chegando a 257 bilhões de dólares, uma alta de 17 por cento em relação ao ano anterior.

Mas as negociações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), em dezembro, no Catar, terminaram com poucos avanços a respeito de um marco global para as reduções de emissões.

Em vez disso, os governos decidiram criar um novo tratado climático da ONU para entrar em vigor em 2020.

Um estudo publicado neste mês pela revista Nature disse que seria bem mais barato agir agora para manter o aquecimento global dentro de um limite de 2 graus Celsius definido pela ONU, em vez de esperar até 2020.

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Oslo - O mundo precisa gastar 700 bilhões de dólares adicionais por ano para controlar seu "vício" em combustíveis fósseis, que é apontado como maior causa da mudança climática atualmente em curso, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Fórum Econômico Mundial (FEM).

Na semana em que líderes de governos e da iniciativa privada se preparam para sua reunião anual no fórum de Davos, na Suíça, as nações permanecem profundamente divididas a respeito de quem deve pagar a conta pela redução das emissões humanas de gases do efeito estufa.

As recessões em nações desenvolvidas desde a crise financeira global de 2008 levaram a uma redução nas emissões, mas também deixaram os governos com menos recursos para investir em tecnologias limpas.

A Aliança de Ação para o Crescimento Verde, que compilou o estudo para o FEM, disse que o gasto extra seria necessário para promover outras formas de geração energética (como a solar e eólica) e uma maior eficiência em setores como construção, indústria e transportes.

Esses 700 bilhões se somam a 5 trilhões de dólares a serem gastos por ano até 2020 em obras de infraestrutura sob o atual cenário.

"Moldar uma economia global adequada ao século 21 é o nosso maior desafio", escreveu no relatório o ex-presidente mexicano Felipe Calderón, presidente da Aliança, um grupo público-privado vinculado ao FEM e criado no ano passado numa reunião do G20 no México.

O estudo disse que um aumento anual de 36 bilhões de dólares nos gastos públicos globais contra a mudança climática, passando de 90 para 126 bilhões por ano, poderia desencadear um investimento privado ainda maior, num valor de até 570 bilhões de dólares por ano.


Mas os governos e a iniciativa privada nem sempre têm conseguido trabalhar conjuntamente na questão climática.

"Ainda há dinheiro do setor privado indo para a destruição climática", disse Jake Schmidt, diretor internacional de políticas climáticas do Conselho Nacional de Defesa dos Recursos, de Washington.

"Para lidar com a mudança climática, todos precisam avançar na direção certa. E a chave para tudo isso será como você libera grandes fontes de financiamento privado ... Os fundos de riquezas soberanas e os fundos de pensão têm muito capital. Mobilizá-los seria o Santo Graal." O relatório encomendado pelo FEM apontou alguns sinais de otimismo. O investimento global em energias renováveis em 2011 bateu um novo recorde, chegando a 257 bilhões de dólares, uma alta de 17 por cento em relação ao ano anterior.

Mas as negociações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), em dezembro, no Catar, terminaram com poucos avanços a respeito de um marco global para as reduções de emissões.

Em vez disso, os governos decidiram criar um novo tratado climático da ONU para entrar em vigor em 2020.

Um estudo publicado neste mês pela revista Nature disse que seria bem mais barato agir agora para manter o aquecimento global dentro de um limite de 2 graus Celsius definido pela ONU, em vez de esperar até 2020.

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