Bandeira do movimento LGBT: o Conselho esperam ouvir depoimentos de Adnan, um iraquiano que escapou do norte do Iraque depois de ser perseguido por se gay (AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2015 às 16h58.
O Conselho de Segurança da ONU começou nesta segunda-feira sua primeira reunião sobre direitos da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), na qual homossexuais sírios e iraquianos relataram a perseguição que sofrem por parte do grupo Estado Islâmico (EI).
"É um acontecimento histórico", disse aos jornalistas a embaixadora dos Estados Unidos na ONU Samanta Power, antes do encontro.
"Já era hora - 70 anos depois da criação da ONU - que o destino das pessoas LGBT por todo mundo, que temem pela sua segurança, esteja recebendo atenção", completou.
O Conselho esperam ouvir depoimentos de Adnan, um iraquiano que escapou do norte do Iraque depois de ser perseguido por se gay, e o sírio Subhi Nahas, que escapou de perseguições e agora trabalha para uma organização de refugiados nos Estados Unidos.
Desde julho de 2014, o grupo jihadista Estado Islâmico divulgou na internet ao menos sete vídeos ou fotos que mostram as brutais execuções de pessoas acusadas de "sodomia", segundo a Comissão internacional pelos direitos das lésbicas e dos gays.
A diretora da comissão, Jessica Stern, também participou do encontro, presidido pelas delegações dos Estados Unidos e do Chile.
O Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH) informou no mês passado que os combatentes do EI jogaram dois homens do alto de um edifício e depois os apedrejaram até a morte.
Em dezembro, o grupo divulgou fotos mostrando jihadistas executando a mesma tortura com um homem porque ele também era homossexual.
Outros dois homens foram apedrejados até a morte na Síria em novembro, depois de declararem que eram gays.
O encontro desta segunda-feira é aberto para todos os estados membros das Nações Unidas, porém não está claro quantos países com leis contra homossexuais participarão.
Os Estados Unidos lideram uma coalizão internacional que busca derrotar o EI, que declarou um "califado" em junho de 2014, depois de vencer a cidade iraquiana de Mossul.
O grupo jihadista controla grande parte do território iraquiano e sírio, e ganhou apoio também na Líbia, Egito e outras regiões do Oriente Médio.